13ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva será em março em Cachoeira do Sul
Volume projetado para 2025 é maior do que o de 2024. Foto:André Ávila
RURAL | Evento destacará potencial da olivicultura no RS e perspectivas para a safra de 2025
A 13ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva acontecerá no próximo dia 7 de março em Cachoeira do Sul, sediada na propriedade da Puro Azeite, que possui um pomar de 200 hectares com mais de dez variedades de oliveiras. O evento reunirá autoridades, produtores e pesquisadores para discutir as perspectivas da safra e os avanços da olivicultura no Rio Grande do Sul.
Na manhã desta terça-feira (25), em Porto Alegre, o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn, o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Renato Fernandes, e o coordenador do Programa Estadual de Desenvolvimento da Olivicultura da Seapi, Paulo Lipp, falaram à imprensa sobre o evento e as expectativas para a colheita.

Desafios e expectativas para a safra
O presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, explicou que a safra deste ano poderá ser impactada pelo excesso de chuvas registrado em maio e setembro, que prejudicou as oliveiras devido ao solo encharcado. No entanto, há otimismo de que a produção supere a do ano passado, com números oficiais previstos para abril.
Segundo Fernandes, um dos desafios do setor é a busca por maior constância na produção, o que envolve investimentos em pesquisa, especialmente no campo da polinização forçada. “Depois de quebras de safra, muitos produtores têm focado em variedades mais adaptadas, como a koroneike, originária da Grécia, enquanto outras mostraram baixa produtividade”, destacou.
O secretário Clair Kuhn reforçou o papel do Estado no incentivo à pesquisa, mencionando que o Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) está à disposição dos olivicultores. “A oliva representa uma importante diversificação econômica, trazendo rentabilidade às propriedades, mas ainda precisamos avançar muito em conhecimento técnico”, afirmou.
Expansão e novas parcerias
Outro ponto debatido foi a possível criação de uma área experimental em Hulha Negra, na Metade Sul do RS, que funcionaria como referência para a olivicultura, abrigando pesquisas e treinamentos para produtores. Também estão previstas parcerias com a Embrapa Clima Temperado e instituições acadêmicas para fortalecer os estudos no setor.
O potencial da olivicultura gaúcha
O Rio Grande do Sul é atualmente o maior produtor nacional de oliveiras e azeites, contando com cerca de 6.500 hectares plantados por 340 produtores em 112 municípios. As principais áreas estão localizadas na Metade Sul, com destaque para Encruzilhada do Sul, Canguçu, Pinheiro Machado, Bagé, Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, entre outras.
Em 2024, a produção estadual atingiu 190 mil litros de azeite, e há 25 fábricas em funcionamento, responsáveis por aproximadamente 100 marcas de azeite.
Puro Azeite: tradição e inovação
A anfitriã do evento, Puro Azeite, pertence à família Farina, tradicional na indústria moveleira da Serra Gaúcha. Após uma tentativa frustrada de cultivar soja no Nordeste, a família investiu cerca de R$ 20 milhões na produção de azeite de oliva, consolidando-se como uma das marcas mais premiadas do Brasil. Na propriedade, são cultivadas variedades como arbequina, arbosana, coratina, frantoio, galega, koroneiki, manzanilla e picual.
Programação da abertura
7 de março
- 9h: Credenciamento
- 9h30: Conversa com representantes da Puro Azeite e Ibraoliva
- 10h: Workshop Sict: “Resultados e perspectivas das pesquisas conduzidas com os azeites Selo Produtos Premium”
- 10h30: Homenagem às olivicultoras
- 11h: Solenidade oficial de abertura
- 12h: Extração comemorativa
- 12h30: Almoço e confraternização
O evento não apenas celebra o início da colheita, mas também reforça a importância da olivicultura como um pilar crescente da agricultura gaúcha, aliando tradição, pesquisa e inovação.

