19 de dezembro de 2025

Criança que comeu bolo em Torres recebe alta do hospital; mãe e avó morreram

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MELHORA | Menino de 10 anos estava internado desde antes do Natal. Mulher que fez o bolo permanece na UTI em estado estável, segundo boletim médico. Três pessoas morreram. Polícia Civil investiga o caso.

criança de 10 anos que comeu um bolo com a família em Torres, no Litoral Norte, recebeu alta do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes no início da noite desta sexta-feira (3). O menino estava internado desde a véspera do Natal e chegou a receber cuidados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Três pessoas morreram após consumir o bolo, que continha arsênio, conforme análise da perícia da Polícia Civil. A criança perdeu a mãe, Tatiana Denize Silva dos Anjos, a avó, Neuza Denize Silva dos Anjos, e a tia-avó e madrinha, Maida Berenice Flores da Silva.

De acordo com o boletim médico, a mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, de 60 anos, permanece na UTI em estado estável. Todos os internados apresentaram crises intensas de vômito e diarreia.

O caso é investigado pela Polícia Civil, que não descarta qualquer hipótese no momento. O intuito é esclarecer se a presença do composto químico no bolo foi proposital ou acidental.

Pedido de oração em carta

Enquanto estava hospitalizado, o menino chegou a escrever uma carta pedindo orações por ele e pelos familiares que morreram. O documento era endereçado a dois padres, que celebravam missas frequentadas pela criança.

“Querido padre Leonir ou Almo, quero pedir que minha mãe, dinda e vó descansem em paz. Que Deus acolha elas e dê a paz eterna. Eu não posso estar presente pelo motivo de estar hospitalizado ainda. Gostaria que fizessem uma orações por elas e por mim. Obrigado” escreveu.

Padre da Paróquia São Domingos de Torres, Leonir Alves diz que recebeu a carta em mãos do avô do menino. Ele detalha que não costumava conversar com a família, mas que a via com frequência no templo.

Leonir conta que se emocionou ao ler a carta e revela que a comunidade rezou pelo menino ao fim da missa.

— Quando eu abri, eu também fiquei emocionado com o convite, porque uma criança escrevendo daquele jeito e com toda essa tragédia. Daí eu só perguntei ‘eu posso ler aqui pra rezarmos juntos?’ Então, no final da missa, eu li a cartinha e pedi pra comunidade toda rezar conosco, por ele — afirmou.

gzh

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