Pronunciamento de Natal: Lula ignora crise cambial e aposta em discurso reciclado

Presidente destaca avanços na economia e harmonia entre os poderes, mas evita abordar alta do dólar e desafios concretos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um breve pronunciamento de Natal nesta segunda-feira (23), transmitido em cadeia nacional de rádio e TV, em que exaltou os avanços de seu governo e a “força” da economia brasileira, ignorando a crise provocada pela alta do dólar e seus impactos na vida dos brasileiros. O discurso, com pouco mais de três minutos, trouxe declarações genéricas sobre diálogo, democracia e “cuidar das pessoas”, mas careceu de detalhes ou medidas concretas para enfrentar os desafios mencionados pelo próprio chefe do Executivo.
Lula apostou em metáforas já utilizadas anteriormente, como a comparação entre governar e o ciclo de plantio e colheita. “Fizemos muito, e ainda temos muito a fazer. Semear e adubar, irrigar e cuidar, sempre e sempre”, declarou, destacando que 2025 será um ano de “redobrar forças para o plantio”. A retórica, embora poética, evidenciou a repetição de ideias já exploradas no Natal passado, com poucas novidades para o cenário atual.
Embora tenha citado “diálogo” e “harmonia” como bases de sua gestão, Lula evitou tratar de temas espinhosos, como o impasse entre os poderes em relação às emendas parlamentares e os efeitos da crise cambial. A alta do dólar, que afeta diretamente a inflação e o poder de compra da população, foi deixada de lado, dando lugar a uma visão otimista da economia: “O Brasil tem hoje uma economia forte, que continua a crescer”, afirmou.
O pronunciamento também teve tom pessoal, com o presidente vestindo um chapéu para cobrir os machucados na cabeça após recentes procedimentos médicos. Lula agradeceu pelas mensagens de apoio recebidas durante sua recuperação e reforçou sua disposição para continuar governando.
Na mensagem de encerramento, Lula fez um apelo por esperança em um Brasil mais justo e sem fome, com mães e pais orgulhosos do futuro dos filhos. Apesar do tom emocional, o discurso pareceu desconectado das preocupações imediatas de uma população impactada pela alta dos preços e pela instabilidade econômica.
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