18 de dezembro de 2025

Setor avícola gaúcho pressiona governo por fim de embargos da China e Chile

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RURAL | Após seis meses do fim do surto de doença de Newcastle, setor reforça apelo ao governo federal para normalizar exportações e recuperar mercados estratégicos.

Após seis meses do fim do surto de doença de Newcastle em Anta Gorda, no Vale do Taquari, a Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs) intensificou as cobranças ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para a resolução de embargos que ainda impedem a exportação da proteína gaúcha, especialmente para China e Chile.

O foco da doença foi identificado em julho de 2024 e, em outubro, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu o Brasil como livre da patologia em aves comerciais. Desde então, diversos países voltaram a adquirir o produto do Rio Grande do Sul, mas a retomada do comércio com China e Chile segue pendente, gerando apreensão no setor.

O presidente da Asgav/Sipargs, José Eduardo dos Santos, destacou os esforços da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e do Mapa para esclarecer os procedimentos adotados e garantir o restabelecimento da segurança sanitária. Ele reforçou a necessidade de atuação mais incisiva do governo federal para reverter a situação e normalizar as exportações.

“Vale, agora, uma lembrança da Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, que está fazendo um trabalho excelente de prospecção e ampliação de mercados, de que estamos com status sanitário equivalente aos demais estados do Brasil”, afirmou Santos.

A solicitação formal para intensificação das tratativas diplomáticas foi encaminhada ao Mapa e à Secretaria de Comércio e Relações Internacionais por meio de ofício enviado na terça-feira (28). O documento apela para que o governo federal adote medidas para sensibilizar mercados estratégicos, como o chinês, um dos principais destinos da carne de frango brasileira.

Santos também destacou o impacto da queda nas exportações de carne de frango do estado em 2024. Segundo ele, antes do surto de Newcastle, a expectativa era de crescimento entre 3% e 4%, mas a situação sanitária e outros fatores adversos, como as enchentes ocorridas entre abril e maio, reverteram essa tendência.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Rio Grande do Sul encerrou 2024 com uma redução de 6,32% nas exportações de carne de frango em comparação com 2023. O volume exportado caiu de 739,5 mil toneladas para 692,8 mil toneladas, uma diferença de 46,7 mil toneladas a menos, encerrando um ciclo de cinco anos consecutivos de crescimento.

A pressão do setor avícola agora recai sobre o governo federal para que acelere as negociações e garanta a reabertura desses mercados essenciais para a cadeia produtiva do estado.

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