5 de dezembro de 2025

Escorpião Amarelo no Rio Grande do Sul: Riscos à Saúde e Medidas de Controle

ESCORPIÃO

ESTADO | O escorpião amarelo (Tityus serrulatus) tem causado preocupações em saúde pública no Rio Grande do Sul, devido ao risco de envenenamento grave por sua picada e à facilidade de disseminação em áreas urbanas.

O escorpião amarelo, conhecido cientificamente como Tityus serrulatus, é um dos principais responsáveis pelos acidentes com escorpiões no Brasil. Sua presença crescente no Rio Grande do Sul tem gerado preocupação devido ao potencial de envenenamento grave causado por sua picada e à facilidade com que o animal se adapta e se reproduz em ambientes urbanos. Ele se prolifera com facilidade em locais como encanamentos de esgoto, ralos, entulhos e frestas em paredes.

Áreas de Infestação e Notificação de Acidentes

As cidades de Porto Alegre, Sapucaia do Sul, Horizontina, Três de Maio, Marcelino Ramos, Nova Bassano, São Sebastião do Caí, Esteio e Alvorada destacam-se como as principais áreas de infestação de escorpiões no Estado. Entre 2013 e 2024, escorpiões foram localizados em até 37 municípios, e acidentes envolvendo humanos foram registrados em 17 desses locais.

A população deve realizar a notificação dos casos de ocorrência de escorpiões às secretarias municipais de saúde, para que as amostras sejam enviadas para identificação taxonômica. Com a confirmação da espécie Tityus serrulatus, medidas de vigilância e controle são acionadas. A identificação é realizada pelo Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT) e por laboratórios municipais do Lacen-RS.

Ações de Vigilância e Atendimento a Acidentes

Quando há um acidente com picada de escorpião, o atendimento é direcionado a hospitais, com o fornecimento de soro antiescorpiônico pela vigilância epidemiológica da Secretaria da Saúde (SES). O plantão de emergência do CIT/RS, disponível 24 horas pelo telefone 0800-721-3000, oferece suporte e orientação sobre o uso de soros.

Importante destacar que o escorpião não ataca por iniciativa, apenas se defende quando se sente ameaçado ou é incomodado. Isso ocorre, por exemplo, quando alguém coloca a mão em cima dele ou se aproxima sem perceber.

Estratégias de Controle do Escorpião Amarelo

O controle do escorpião amarelo deve ser baseado em práticas de manejo ambiental. A limpeza regular de terrenos baldios, quintais e jardins, com a remoção de entulhos, folhas secas e o acondicionamento adequado do lixo, são ações fundamentais. Os escorpiões alimentam-se principalmente de baratas, e, portanto, o controle desses insetos também deve ser integrado à estratégia de controle.

A restrição do acesso à água é um fator decisivo para a sobrevivência dos escorpiões, pois eles podem permanecer ocultos por mais de 12 meses, mesmo sem alimento, se tiverem acesso à água. Além disso, é necessário vedar fossas sépticas, reparar paredes e muros, e instalar telas em ralos, pias e tanques para impedir o acesso dos animais.

A preservação de predadores naturais, como aves noturnas, pequenos mamíferos e répteis, pode ajudar a controlar a população de escorpiões.

Cuidados Preventivos e Recomendações

Algumas precauções são essenciais para evitar acidentes com escorpiões:

  • Examine roupas, calçados, toalhas e outros objetos antes de usá-los.
  • Utilize luvas de raspa de couro e calçados fechados ao manusear materiais de construção ou carregar lenha e pedras.
  • Mantenha berços e camas afastados das paredes e evite que roupas de cama toquem o chão.
  • Tenha cuidado ao se aproximar de locais escuros, úmidos e com presença de baratas.

Em caso de acidente com picada de escorpião, entre em contato imediatamente com o Centro de Informações Toxicológicas do Rio Grande do Sul pelo telefone 0800-721-3000.

Com medidas de controle adequadas e ações preventivas, é possível minimizar os riscos e garantir a segurança da população frente à presença do escorpião amarelo no Estado.

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