Lula convoca sindicatos à mobilização e defende nova abordagem para o sindicalismo brasileiro

POLÍTICA | Reunião com centrais sindicais reforça papel histórico das entidades na mobilização social e propõe fórum tripartite para discutir mudanças no mundo do trabalho

Em uma reunião fechada realizada nesta terça-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou as centrais sindicais a intensificarem sua presença nas ruas e a retomarem o protagonismo histórico na mobilização social. Segundo Lula, a atuação ativa dos trabalhadores é essencial para a consolidação de políticas públicas voltadas à classe trabalhadora e para a defesa dos direitos já conquistados.

O presidente defendeu uma nova abordagem para o sindicalismo brasileiro, especialmente diante das mudanças no mundo do trabalho, como o avanço da informalidade e o crescimento das plataformas digitais. Lula destacou a necessidade de os sindicatos se adaptarem a essa nova realidade, propondo o fortalecimento da negociação coletiva e da representação sindical como caminhos para manter a relevância das entidades.

Durante o encontro, Lula sugeriu a criação de um fórum tripartite, envolvendo governo, empresários e trabalhadores, com o objetivo de discutir as transformações do mercado de trabalho. Ele frisou que qualquer mudança deve ser construída em diálogo com o Congresso Nacional, evitando decisões unilaterais por parte do Executivo.

O presidente também manifestou apoio às principais reivindicações apresentadas pelos sindicalistas, como a revisão da legislação trabalhista, o debate sobre alternativas de financiamento para os sindicatos e a retomada do princípio da ultratividade, que garante a vigência de convenções coletivas até que novas sejam firmadas.

Lula destacou ainda que os sindicatos devem manter sua autonomia em relação ao governo, afastando o risco do chamado “sindicalismo chapa-branca”, e se preparar para os desafios impostos pela economia digital e novas formas de contratação. Para ele, o fortalecimento das entidades sindicais é um pilar central para a promoção da justiça social e a garantia dos direitos dos trabalhadores.

Apesar de afirmar que o antigo modelo do imposto sindical não será retomado, Lula defendeu a construção de alternativas viáveis que garantam a sustentabilidade financeira das organizações sindicais.

A reunião marca um novo aceno do governo federal ao movimento sindical, reforçando a aposta de Lula na mobilização popular como instrumento de sustentação política e de pressão para avanços legislativos no campo trabalhista.