14 de dezembro de 2025

Chuva de meteoros Eta Aquáridas atinge pico na madrugada desta terça; saiba como observar

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Cada traço brilhante visto no céu é um pedaço do cometa Halley queimando ao atravessar a atmosfera. Observatório Espacial Heller & Jung / Divulgação

Fenômeno ligado ao cometa Halley terá maior visibilidade no Hemisfério Sul, com até 60 meteoros por hora

O céu brasileiro recebe nesta primeira semana de maio o ápice de um dos espetáculos astronômicos mais aguardados do ano: a chuva de meteoros Eta Aquáridas.

Na última terça-feira (29), o fenômeno já foi visível no céu gaúcho. Mais de 150 meteoros foram registrados no Rio Grande do Sul.

A atividade celestial ocorre anualmente quando a Terra cruza a trilha de detritos deixada pelo famoso cometa Halley. O pico será entre esta segunda (5) e terça-feira (6), com boas condições para observação.

Segundo o astrônomo Marcelo de Cicco, coordenador do projeto Exoss e colaborador do Observatório Nacional (ON/MCTI), o melhor horário para assistir ao fenômeno será entre 2h e 4h da manhã

Durante esse período, recomenda-se que o observador olhe na direção leste e escolha um local escuro, longe das luzes da cidade. 

Até 60 meteoros por hora

Até o início da manhã desta terça (6), a Lua não deve atrapalhar a visualização, já que se põe antes do amanhecer. Após essa data, a luminosidade poderá interferir, conforme o calendário lunar.

No Hemisfério Sul, especialmente no Brasil, a observação deve ser privilegiada, com o radiante — ponto de origem aparente dos meteoros — localizado alto no céu

Em condições ideais, será possível ver até 60 meteoros por hora. Já no Hemisfério Norte, o número varia entre 10 e 15.

Como observar a Eta Aquáridas

Não é necessário utilizar telescópios ou binóculos. O ideal é deitar-se em uma cadeira reclinável ou no chão, mirar o céu aberto na direção da constelação de Aquário e ter paciência.

O tempo de adaptação dos olhos à escuridão pode levar de 15 a 20 minutos. Para maior conforto, recomenda-se ainda levar cobertores ou cadeiras e escolher noites de céu limpo e sem nuvens. 

De preferência, sem poluição visual ou interferência de iluminação artificial. Em Porto Alegre, a tendência é de céu parcialmente nublado, o que deve facilitar a visibilidade em alguns locais.

O que são chuvas de meteoros?

As chuvas de meteoros ocorrem quando fragmentos de cometas ou asteroides, chamados meteoroides, entram na atmosfera terrestre em alta velocidade.

Esse processo gera o fenômeno luminoso conhecido como meteoro ou “estrela cadente”. No caso da Eta Aquáridas, cada traço brilhante visto no céu é um pedaço do cometa Halley queimando ao atravessar a atmosfera.

Além de sua beleza, as chuvas de meteoros têm a sua importância científica. Elas ajudam a estimar o volume e a frequência da entrada de detritos na Terra, informações essenciais para a proteção de satélites e espaçonaves. 

Por fim, também contribuem para estudos sobre a formação do Sistema Solar e as características físicas dos cometas.

Cometa Halley

O cometa Halley, oficialmente designado 1P/Halley, completa uma órbita ao redor do Sol a cada 76 anos. Foi visto pela última vez em 1986 e só retornará ao interior do Sistema Solar em 2061.

Ao passar próximo ao Sol, parte de sua superfície evapora e libera partículas de poeira e rocha, que permanecem no espaço e originam as chuvas de meteoros Eta Aquáridas, em maio, e Oriônidas, em outubro.

Chuvas de meteoros de 2025

  • Alfa Capricornídeos: ativa de 3 de julho de 2025 a 15 de agosto de 2025. O pico para visualização ocorre em 30 de julho, com estimativa de 5 meteoros por hora.
  • Delta Aquáridas: ativa de 12 de julho de 2025 a 23 de agosto de 2025. O pico de visualização do fenômeno é 30 de julho, com registros de 25 meteoros por hora.
  • Perseidas: ativa de 17 de julho de 2025 a 24 de agosto de 2025, com pico de visualização em 12 de agosto, chegando a 150 meteoros por hora
  • Dracônidas: ativa de 6 de outubro de 2025 a 10 de outubro de 2025, com pico de visualização em 8 de outubro. São esperados 10 meteoros por hora
  • Oriônidas: ativa de 2 de outubro de 2025 a 7 de novembro de 2025, com pico em 22 de outubro
  • Tauridas: ativa de 10 de setembro de 2025 a 20 de novembro de 2025, com pico de visualização em 10 de outubro, registrando até cinco meteoros por hora.
  • Leônidas: ativa de 6 de novembro de 2025 a 30 de novembro de 2025. O pico para visualização do fenômeno será em 17 de novembro, com até 15 meteoros por hora.
  • Geminídeas: ativa de 4 de dezembro de 2025 a 20 de dezembro de 2025. O pico para a visualização do fenômeno é 14 de dezembro, com registros de 120 meteoros por hora.
  • Úrsidas: ativa de 17 de dezembro de 2025 a 26 de dezembro de 2025. O pico para visualização do fenômeno acontece em 22 de dezembro, com estimativa de 10 de meteoros por hora.

Calendário astronômico de 2025

Eclipses

Em 2025, o fenômeno acontece quatro vezes, tanto na forma solar quanto na lunar. A diferença está na posição dos astros.

No eclipse solar, a Lua está posicionada entre a Terra e o Sol. No momento do alinhamento entre os corpos celestes, o satélite consegue “tapar” o brilho solar, escurecendo os céus parcial ou totalmente.

Já no eclipse lunar, a disposição é ao contrário: é a Terra que está entre o Sol e a Lua. Nesses casos, grande parte da luz solar passa pela atmosfera e atinge a superfície da estrela que orbita nossa planeta.

Quando a Lua se move para a parte interna da sombra da Terra, o brilho do Sol ilumina a superfície lunar por completo.

Já aconteceram dois eclipses em 2025. Os restantes ocorrem nas seguintes datas:

  • 7 a 8 de setembro: Eclipse lunar total (não visível no Brasil)
  • 21 de setembro: Eclipse solar parcial (não visível no Brasil)

Superluas

A superlua ocorre quando a Lua Cheia coincide com o perigeu, seu ponto de órbita mais próximo da Terra, o que a torna cerca de 14% maior e 30% mais brilhante do que uma Lua Cheia comum.

Em 2025, o evento deve acontecer três vezes, nos dias 6 de outubro5 de novembro e 4 de dezembro.

Cometas

Após a passagem do C/2023 A3 Tsuchinshan-ATLAS, conhecido como “cometa do século”, em 2024, será possível observar outros três fenômenos do tipo neste ano. Um já ocorreu, em fevereiro. Restam dois:

  • 210P/Christensen: o período de visibilidade será de outubro a dezembro, sendo visível por meio de telescópios.
  • 24P/Schaumasse: será necessário o uso de pequenos telescópios para visualizar o cometa previsto para os meses de dezembro a janeiro de 2026

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