4 de dezembro de 2025

Trabalhador poderá trocar dívidas caras por crédito consignado mais barato a partir desta sexta

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ECONOMIA | Medida faz parte do Programa Crédito do Trabalhador, que promete juros menores e acesso facilitado para empregados com carteira assinada

A partir desta sexta-feira (16), trabalhadores com carteira assinada poderão migrar dívidas de crédito consignado ou crédito direto ao consumidor (CDC) para o novo consignado oferecido pelo Programa Crédito do Trabalhador. A iniciativa, criada por medida provisória, permite a troca de dívidas entre instituições diferentes — algo que, até então, só era permitido dentro do mesmo banco.

Com juros mais baixos, o objetivo da medida é aliviar o orçamento dos trabalhadores e combater o endividamento crescente. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a portabilidade agora poderá ser feita diretamente nos aplicativos e sites das mais de 70 instituições financeiras habilitadas. Neste primeiro momento, a funcionalidade ainda não estará disponível na Carteira de Trabalho Digital.

📉 Juros bem menores

Enquanto o CDC tradicional cobra, em média, juros de 7% a 8% ao mês, o Crédito do Trabalhador opera com taxas que variam entre 1,6% e pouco mais de 3% ao mês. A MP que criou o programa exige que, ao trocar a dívida, o trabalhador tenha acesso a uma taxa inferior à anterior, garantindo vantagem financeira na migração.

A portabilidade com redução obrigatória de juros estará vigente até 21 de julho. Depois desse prazo, bancos ainda poderão oferecer o consignado, mas sem a obrigação de reduzir a taxa — cabendo ao cliente analisar se vale a pena.

💼 Como funciona o processo

O trabalhador interessado deve autorizar, via Carteira de Trabalho Digital, o compartilhamento de dados como CPF, tempo de empresa e margem consignável. Em até 24 horas, os bancos enviam propostas com diferentes condições. Após a escolha da melhor oferta, o novo empréstimo é contratado, a dívida anterior é quitada e os descontos passam a ocorrer diretamente na folha de pagamento, respeitando o limite de até 35% da renda mensal.

📲 Passo a passo da portabilidade:

  • Verificar se o banco de destino oferece o novo consignado para CLT;
  • Solicitar a portabilidade por canais digitais (app ou site do banco);
  • A nova instituição quita a dívida anterior e assume o crédito com os novos juros e prazos.

🔜 Próximas etapas e abrangência

A partir de 6 de junho, qualquer dívida — mesmo aquelas originadas no próprio Crédito do Trabalhador — poderá ser migrada para outra instituição com juros mais baixos. A gestão do sistema de trocas ficará a cargo da Dataprev, e o Ministério do Trabalho promete monitoramento constante das taxas e do perfil dos tomadores.

Embora a portabilidade automática se aplique apenas a CDCs e consignados tradicionais, também será possível contratar crédito pelo programa para quitar dívidas de cartão de crédito ou cheque especial, mediante renegociação prévia com o banco.

📊 Números do programa

Desde março, o Crédito do Trabalhador já liberou R$ 10,3 bilhões em empréstimos. O valor médio dos contratos é de R$ 5.383,22, parcelado em média em 17 vezes, com prestação média de R$ 317,20. Os estados com maior volume de concessões são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Das instituições habilitadas, 35 já operam ativamente com o novo modelo de crédito.

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