14 de dezembro de 2025

Polícia conclui inquérito sobre morte de vereadora de Formigueiro e descarta motivação política

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POLÍCIA | Delegados afirmam que Elisane dos Santos (PT) atuava como tesoureira de grupo ligado ao tráfico de drogas; autor e mandante já foram identificados

Durante coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (9), os delegados Sandro Meinerz, coordenador da Polícia Civil na região, e Antonio Firmino de Freitas Neto, responsável pela investigação, apresentaram detalhes sobre o assassinato da vereadora Elisane Rodrigues dos Santos (PT), de 49 anos, ocorrido em Formigueiro, na Região Central do Estado.

Segundo os delegados, a motivação do crime não teve relação com atividade política nem com feminicídio, mas sim com o envolvimento da vereadora com o tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A informação já havia sido adiantada pela Polícia Civil pela manhã, junto com o anúncio de que o inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça.

De acordo com Meinerz, a parlamentar exercia a função de tesoureira da organização criminosa, o que, segundo ele, “contribuiu diretamente para sua morte”. O delegado afirmou que o próprio filho da vereadora confessou o envolvimento da mãe com o grupo criminoso, revelando que ela era responsável pelas finanças da facção, inclusive com dívidas acumuladas, o que teria elevado o risco à sua integridade.

— Quem se envolve com o tráfico de drogas tem dois destinos: a morte ou a prisão — enfatizou o delegado Antonio Firmino.

Autor preso e mandante identificado

A Polícia Civil informou que o autor do assassinato já foi preso e que o mandante também foi identificado, tendo a prisão preventiva decretada com apoio do Ministério Público. A identidade do mandante, no entanto, ainda não foi divulgada oficialmente.

Movimentações bancárias incompatíveis

Durante as apurações, a polícia detectou movimentações bancárias consideradas suspeitas nas contas da vereadora, incompatíveis com seu salário mensal de R$ 3,9 mil, conforme consta no Portal da Transparência da Câmara Municipal de Formigueiro. Estima-se que ela mantinha cerca de R$ 500 mil em conta. A origem desses valores será objeto de um novo inquérito, que deve ser aberto para aprofundar as conexões com o tráfico e identificar outros possíveis integrantes da rede criminosa.

— Vamos desmembrar o inquérito para continuar apurando o tráfico. Com base nas análises cibernéticas e bancárias, poderemos identificar mais envolvidos e solicitar novas prisões — declarou Firmino.

A coletiva foi realizada na sede da Delegacia Regional de Polícia Civil de Santa Maria, onde está centralizada a coordenação das investigações.

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