Inflação oficial desacelera em junho, mas acumulado em 12 meses sobe para 5,35%
ECONOMIA | Energia elétrica lidera pressão inflacionária; alimentos registram queda
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,24% em junho, ligeiramente abaixo da taxa de 0,26% registrada em maio, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da leve desaceleração mensal, o acumulado em 12 meses subiu para 5,35%, ultrapassando os 5,32% registrados nos 12 meses anteriores.
No ano de 2025, a inflação oficial já acumula alta de 2,99%. Em junho do ano passado, o IPCA havia registrado variação de 0,21%.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas o de alimentação e bebidas apresentou variação negativa, com queda de 0,18% — reflexo da estabilidade de preços em alimentos in natura e industrializados. Os demais grupos variaram de 0,99% em habitação a 0% em educação.
A energia elétrica residencial foi o principal vilão da inflação de junho, com alta de 2,96%, puxada pela adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescentou R$ 4,46 por 100 kWh consumidos. O item teve o maior impacto individual no índice do mês, contribuindo com 0,12 ponto percentual. No acumulado do ano, a alta da energia elétrica já é de 6,93%.
O grupo transportes variou 0,27% após recuar em maio. Apesar da queda nos combustíveis (-0,42%), o aumento no preço do transporte por aplicativo (13,77%) e do conserto de automóveis (1,03%) sustentaram o avanço do grupo.
Já o setor de vestuário apresentou alta de 0,75%, com destaque para os calçados e acessórios (0,92%), roupa masculina (1,03%) e roupa feminina (0,44%).
Ao que tudo indica, o comportamento da inflação em junho reflete pressões pontuais, como o aumento na conta de luz, enquanto os alimentos ajudam a conter maiores avanços. A tendência nos próximos meses dependerá do câmbio, do clima e dos ajustes em tarifas públicas.

