5 de dezembro de 2025

Exportações de carne bovina do Brasil para os EUA despencam com tarifaço de Trump

carne

ECONOMIA | Volume caiu mais de 60% desde abril; nova taxa deve chegar a 76,4% em agosto

As exportações de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos caíram 61,8% em junho em comparação com abril, mês em que os embarques haviam atingido um recorde histórico. A queda acompanha o endurecimento tarifário promovido pelo ex-presidente e agora candidato Donald Trump, que vem escalando barreiras comerciais contra produtos brasileiros.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), o Brasil enviou 47.836 toneladas de carne bovina in natura aos EUA em abril — o maior volume mensal da série histórica. Em maio, após o anúncio de uma nova tarifa de 10%, o volume caiu para 27.413 toneladas. Em junho, despencou para 18.232 toneladas. E até o dia 21 de julho, o número parcial já aponta nova retração: apenas 9.745 toneladas foram exportadas.

Dados do Ministério da Agricultura também confirmam a tendência de queda. Segundo a pasta, as vendas brasileiras foram de 44.164 toneladas em abril para 13.454 toneladas em junho. Apesar da desaceleração nos últimos meses, o primeiro semestre de 2025 registrou exportações recordes para o mercado americano: 156 mil toneladas — maior volume já vendido ao país desde o início da série histórica, em 1997.

Tarifa sobe para 76,4% a partir de agosto

Tradicionalmente, o Brasil pode exportar até 65 mil toneladas de carne bovina por ano para os EUA sem tarifas, por meio de uma cota estabelecida em acordos bilaterais. Após o esgotamento dessa cota — o que geralmente ocorre nos primeiros meses do ano — o produto passa a ser taxado em 26,4%.

Mas em abril, Trump anunciou uma sobretaxa de 10%, elevando o custo da carne brasileira para 36,4%. Agora, em nova escalada protecionista, o republicano decretou que a partir de 1º de agosto a sobretaxa será de 50%. Isso fará com que as exportações passem a enfrentar uma tarifa total de 76,4%, tornando a carne brasileira altamente menos competitiva frente a outros fornecedores.

A medida é parte de uma série de pressões comerciais dos EUA sobre o Brasil, em meio a tensões políticas e à proximidade das eleições americanas. Representantes do setor agroexportador brasileiro já demonstram preocupação com o impacto da medida sobre o faturamento e o emprego no setor de carnes.

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