5 de dezembro de 2025

Ciclone extratropical provoca ventania e deixa RS em alerta para transtornos climáticos

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CLIMA | Rajadas de até 102 km/h foram registradas; Defesa Civil e Inmet monitoram situação em várias regiões

Os gaúchos acordaram com o barulho do vento batendo nas janelas nesta segunda-feira (28), reflexo direto da formação de um ciclone extratropical próximo à costa do Rio Grande do Sul. Desde a noite de domingo, o Estado está sob alerta da Defesa Civil e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) devido às fortes rajadas de vento e à possibilidade de transtornos significativos.

A situação mais crítica atinge o Litoral Norte, Costa Doce, Região Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre e o Nordeste gaúcho, onde os ventos podem alcançar até 100 km/h. Em algumas localidades, como Canguçu, a velocidade chegou a 102 km/h nas últimas 24 horas.

Maiores rajadas de vento registradas no RS:

  • Canguçu – 102 km/h
  • Encruzilhada do Sul – 78 km/h
  • Capão do Leão – 76 km/h
  • Vacaria – 76 km/h
  • Rio Grande – 65 km/h
  • Quaraí e Erechim – 64 km/h
  • Camaquã – 63 km/h
  • Cambará do Sul – 62 km/h
  • São Vicente do Sul – 59 km/h
  • Soledade – 57 km/h
  • Lagoa Vermelha e Bento Gonçalves – 56 km/h
  • Bagé – 55 km/h

A Climatempo prevê rajadas acima dos 90 km/h ao longo do dia, principalmente entre Balneário Pinhal e Mostardas. O Inmet emitiu dois alertas de vendaval — um vermelho e outro laranja, válidos até 15h e 18h, respectivamente, para áreas com risco elevado de:

  • Danos em edificações
  • Queda de árvores
  • Corte de energia elétrica
  • Transtornos em rodovias
  • Impactos em plantações

Nas regiões da Campanha, dos Vales, Central e na Serra, os ventos devem variar entre 50 e 70 km/h. Já a partir de terça-feira (29), o ciclone começa a perder força e se afasta em direção ao oceano. Mesmo assim, áreas do litoral norte e do nordeste do Estado ainda poderão registrar ventos de até 70 km/h.

Entenda o fenômeno

Ciclones extratropicais são sistemas de baixa pressão atmosférica que se formam fora dos trópicos, geralmente em latitudes médias — como o sul do Brasil. A origem se dá quando massas de ar quente e frio se encontram, gerando um contraste de temperatura que alimenta o fenômeno.

— O ciclone extratropical vem para equilibrar a temperatura da Terra. Ele quebra certos padrões. É como um “remédio amargo”. Por isso, é importante entendermos o nosso clima — explica o meteorologista Glauco Freitas, do Inmet.

Embora tragam transtornos imediatos à população, esses sistemas são fundamentais para o equilíbrio climático global, pois atuam na quebra de bloqueios atmosféricos responsáveis por ondas de calor e estiagens prolongadas.

O Rio Grande do Sul é especialmente vulnerável a esses fenômenos por estar em uma zona de confluência entre frentes quentes e frias, além de sua proximidade com o Cone Sul, região de formação frequente de ciclones.

Recomendações: moradores devem reforçar telhados, evitar áreas arborizadas e manter-se informados pelos canais oficiais da Defesa Civil e do Inmet.

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