Óbitos por câncer de mama caem 8,9% no Rio Grande do Sul, mas Estado ainda tem terceira maior incidência do País
SAÚDE | Boletim da Secretaria Estadual da Saúde indica redução nas mortes, porém aumento expressivo no número de casos registrados em 2024
O Rio Grande do Sul registrou uma queda de 8,9% nos óbitos de mulheres por câncer de mama em 2024, conforme dados divulgados nessa sexta-feira (17) pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) no Boletim Epidemiológico do Outubro Rosa. Apesar da melhora nos índices de mortalidade, o Estado continua entre os líderes nacionais em incidência da doença, ocupando o terceiro lugar no País, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais.
Foram 1.399 mortes no último ano, contra 1.536 em 2023, revertendo a tendência de alta observada anteriormente. O índice de mortalidade caiu para 24,2 por 100 mil mulheres, abaixo da previsão do ano anterior (25,4) e também dos registros de 2022 (24,8) e 2023 (26,5). Em números absolutos, o resultado representa 137 óbitos a menos do que o esperado.
No entanto, a incidência da doença aumentou: o Estado contabilizou 4.842 novos casos de câncer de mama em 2024, 1.122 a mais do que a média projetada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o triênio 2023-2025 — uma diferença de cerca de 30%.
Diferenças entre raça e cor
Os dados também revelam disparidades conforme o critério raça/cor.
Entre mulheres brancas, a taxa foi de 27,86 mortes por 100 mil, acima da média estadual. Já entre pardas, o índice foi de 10,02, e entre pretas, 20,37. Na comparação entre 2023 e 2024, houve redução de 2,97 pontos percentuais entre brancas e 2,48 entre pretas, enquanto a taxa entre pardas apresentou ligeiro aumento de 1,02 ponto percentual.
Maiores índices por município
Porto Alegre, por concentrar a maior população feminina do Estado, registrou o maior número absoluto de casos — 82 novos diagnósticos por 100 mil mulheres.
A maior taxa proporcional de incidência, entretanto, foi registrada em Guabiju, na Serra Gaúcha, com 571,43 casos por 100 mil. Já as maiores taxas de mortalidade foram observadas em Vista Alegre do Prata (257,07 por 100 mil), São Domingos do Sul (214,9) e Chapada (201,33).
Importância da prevenção
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo — excluídos os de pele não melanoma —, e figura entre as principais causas de morte feminina no Rio Grande do Sul. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura.
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sinais e sintomas que devem acender o alerta são:
– Aparecimento de nódulo (geralmente indolor, duro e irregular);
– Edema cutâneo, semelhante à casca de laranja;
– Retração ou dor na pele;
– Inversão do mamilo;
– Descamação, ulceração ou secreção papilar (especialmente unilateral e espontânea).
O Ministério reforça que conhecer o próprio corpo e identificar alterações suspeitas é o primeiro passo para o diagnóstico precoce, que aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido e de sobrevivência.

