Trump anuncia intenção de reduzir tarifas sobre o café importado; Brasil pode ser principal beneficiado
CAFÉ MAIS BARATO | Medida sinaliza possível avanço nas relações comerciais entre Washington e Brasília
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que seu governo pretende reduzir parte das tarifas aplicadas às importações de café. A afirmação foi feita em entrevista à emissora Fox News, embora ainda não haja detalhes sobre quando ou de que forma a medida será implementada.
A sinalização tem potencial de beneficiar diretamente o Brasil, principal exportador de café para o mercado norte-americano. Segundo fontes do Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deverá se reunir nesta semana com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, durante o encontro ministerial do G7, no Canadá, onde o tema poderá ser debatido.
Nos Estados Unidos, os preços do café subiram cerca de 21% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Analistas apontam que as tarifas impostas pela atual administração contribuíram para a alta. Desde julho, o café brasileiro foi alvo de uma taxação de 50%, enquanto os produtos do Vietnã e da Colômbia foram tarifados em 20% e 10%, respectivamente.
Dados da Associação Nacional do Café (NCA) mostram que os Estados Unidos importam mais de 99% do café que consomem. O Brasil responde por 30,7% dessas importações, seguido pela Colômbia (18,3%) e pelo Vietnã (6,6%), conforme o banco de dados internacional UN Comtrade.
Reversão e impacto
Em outubro, o governo brasileiro já havia solicitado formalmente a reversão da alíquota extra de 40% sobre o café nacional. A disposição de Washington em reavaliar as tarifas é vista por especialistas como um gesto diplomático de aproximação em meio à pressão inflacionária no mercado americano.
Nos últimos meses, cafeterias e redes varejistas dos EUA relataram aumento nos custos de operação, repassando parte dos reajustes ao consumidor. Para o Brasil, uma eventual redução tarifária pode reforçar a competitividade do café nacional e abrir espaço para o avanço nas exportações de grãos especiais e torrados, setores em expansão no comércio exterior.
A revisão das tarifas também é interpretada como um movimento estratégico para reduzir tensões comerciais e consolidar o Brasil como fornecedor-chave de commodities agrícolas aos Estados Unidos.

