Aluguéis com vencimento em junho serão reajustados em 10,7%, diz FGV

O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), responsável pelo reajuste da maioria dos contratos de aluguel vigentes no Brasil, manteve a tendência dos últimos meses e perdeu força em maio. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o índice avançou 0,52% no mês, ante alta de 1,4% apurada em abril.

Com a desaceleração confirmada, o indicador soma elevação de 10,72% no acumulado dos últimos 12 meses, percentual que será usado para reajustar as locações com vencimento no mês de maio. Nos primeiros cinco meses de 2022, o IGP-M subiu 7,54%, alta também menor do que a registrada no mesmo período do ano passado.
Na prática, os inquilinos que pagam atualmente um aluguel de R$ 1.500 terão que desembolsar R$ 1.660,8 (+R$ 160,80) todos os meses para continuar morando no mesmo imóvel. Para evitar o peso no bolso, especialistas recomendam a renegociação com o proprietário do imóvel.
O resultado mantém a trajetória de queda dos reajustes atrelados ao IGP-M iniciada há um ano, quando os contratos de aluguel com aniversário no mês de julho foram reajustados em mais de 37%.

Para André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), a desaceleração do índice é reflexo dos recuos observados nas taxas de variação dos preços aos produtores (de 1,45% para 0,45%) e aos consumidores (de 1,53% para 0,35%) devido à alta menor apurada nos preços dos combustíveis fósseis.
“No índice ao produtor, o óleo diesel, combustível de maior peso, variou 3,29% em maio, ante 14,70% em abril. Já no IPC (Índice de Preços ao Consumidor), a gasolina, combustível com maior destaque no orçamento familiar, subiu 1,01% em maio, depois de ter avançado 5,86% em abril”, explica Braz.

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.
Diante da diferença entre os indicadores, algumas imobiliárias já passaram a utilizar a inflação oficial para reajustar os novos contratos de aluguel. Para quem deseja fugir da alta considerável, a melhor orientação é negociar a melhor forma para evitar que os pagamentos pesem no bolso de inquilinos e proprietários.

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