14 de março de 2025

Baixa adesão à vacina contra a dengue preocupa autoridades no Rio Grande do Sul

mosquito da dengue

A principal forma de transmissão da dengue é pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti. Raquel Portugal / Fiocruz Imagens

VACINA CONTRA DENGUE | Nove meses após o início da imunização, 42% das doses recebidas ainda não foram aplicadas.

Nove meses após o início da vacinação contra a dengue no Rio Grande do Sul via Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de 42% das doses recebidas ainda não foram aplicadas. O percentual equivale a 34.321 doses não utilizadas, enquanto 48.018 foram administradas até a última terça-feira (11), segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Desde o dia 30 de abril do ano passado, o Estado recebeu 82.339 doses do imunizante, distribuídas para 67 municípios gaúchos. No entanto, apenas 10.180 pessoas completaram o esquema vacinal, que requer duas doses com intervalo mínimo de três meses, dentre os 37.838 indivíduos que receberam a primeira aplicação.

O baixo índice de imunização preocupa especialistas, uma vez que o público-alvo da vacina — crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos — segue vulnerável à doença. Segundo Roberta Vanacor, chefe da Vigilância Epidemiológica do Estado, houve três óbitos e mais de 12 mil casos confirmados de dengue nessa faixa etária em 2024. Em 2025, até o momento, já foram registrados 11 casos.

— A secretaria faz um apelo para que pais e responsáveis procurem as unidades de saúde e imunizem as crianças e adolescentes — reforça Vanacor.

Período crítico e impacto das enchentes

Até agora, 281 mortes por dengue foram registradas no Rio Grande do Sul em 2024, e a tendência é de aumento nos próximos meses. O calor e as chuvas favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, tornando a vacina uma barreira essencial na prevenção da doença.

Entre os fatores que contribuíram para a baixa adesão estão o desinteresse da população e o impacto da enchente que assolou o Estado em 2024, considerada a maior tragédia climática da região. Segundo Vanacor, o desastre natural desmobilizou a comunidade e interferiu no início da campanha de vacinação.

— As enchentes acabaram sendo concorrentes ao início da vacinação no ano passado, o que atrasou a adesão ao imunizante — explica.

Além disso, desde 2016, observa-se uma queda nas coberturas vacinais por diversos motivos, incluindo movimentos antivacina, que ampliam a hesitação da população.

Dengue: uma doença perigosa e prevenível

A dengue é uma doença febril causada por vírus, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Os sintomas incluem febre alta, dores de cabeça, manchas vermelhas na pele e dor atrás dos olhos.

Com o aumento dos casos e o risco de novas complicações, a vacinação se torna uma medida essencial para evitar hospitalizações e óbitos. Autoridades sanitárias reforçam a importância da imunização e da adoção de medidas preventivas, como a eliminação de criadouros do mosquito.

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