18 de dezembro de 2025

Bolsonaro exibe tornozeleira eletrônica na câmara, após decisão do STF e vira alvo de novas investigações

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POLÍTICA | Deputado André Fernandes reage nas redes sociais e chama medida de “a maior injustiça da história do Brasil”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi visto nesta segunda-feira (22) usando tornozeleira eletrônica, conforme exigência do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes na última sexta-feira (18), a pedido da Polícia Federal (PF) e com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e outras ações antidemocráticas.

A imagem, que circulou amplamente nas redes sociais, foi publicada pelo deputado federal André Fernandes (PL-CE). Nela, o parlamentar aparece ao lado de Bolsonaro e aponta para a tornozeleira no tornozelo do ex-presidente. “A maior injustiça da história do Brasil! Prenderam um homem honesto, enquanto um criminoso governa o país. Estou contigo até o fim, meu presidente”, escreveu Fernandes.

Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está proibido de usar redes sociais (direta ou indiretamente), manter contato com outros investigados e de se aproximar de embaixadas. As medidas cautelares foram impostas após a PF apontar indícios de crimes como coação no curso do processo, obstrução de justiça e atentado à soberania nacional. A decisão também destacou que Bolsonaro teria confessado, de forma “consciente e voluntária”, ter tentado extorquir o sistema de Justiça.

A defesa do ex-presidente classificou as restrições como “severas” e afirmou ter recebido a decisão com “surpresa e indignação”.

Nova investigação

Além das medidas cautelares, Alexandre de Moraes abriu nesta segunda-feira (22) uma nova frente de investigação contra Bolsonaro e aliados. Desta vez, o foco é a suspeita de uso de informação privilegiada no mercado financeiro, em uma possível operação de “insider trading”.

O caso diz respeito ao dia 9 de julho, quando o então presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou novas tarifas comerciais contra o Brasil. Segundo reportagens citadas por Moraes, houve movimentações atípicas de compra e venda de dólares horas antes do anúncio, levantando a hipótese de que pessoas com acesso prévio à decisão possam ter lucrado de forma indevida.

Moraes destacou a manifestação da Advocacia-Geral da União (AGU), que pediu à Procuradoria-Geral da República a abertura formal da investigação. A AGU citou publicações como a do investidor Spencer Hakimian, fundador da Tolou Capital, que afirmou que alguém pode ter lucrado até 50% em menos de três horas com base nas sanções impostas.

A nova investigação agrava o cenário jurídico de Bolsonaro, que já é réu em diferentes processos que tramitam no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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