O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta sexta-feira (17/6), uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar o presidente, os diretores e o conselho administrativo e fiscal da Petrobras. A declaração foi dada horas após a estatal anunciar novos aumentos nos preços dos combustíveis.
O preço do litro da gasolina vendido às distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06. No caso do diesel, de R$ 4,91 para R$ 5,61. O aumento passa a valer a partir deste sábado (18/6).
“É traição para com o povo brasileiro. O presidente, seus diretores e seu conselho traíram o povo. O lucro da Petrobras é algo estúpido. Ela lucra seis vezes mais que a média das petroleiras de todo o mundo. Petroleiras fora do Brasil reduziram margem de lucro para atender aos anseios da sua população num momento de crise”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Meio Dia Rio Grande do Norte.
O titular do Palácio do Planalto disse ter conversado sobre a possível CPI da Petrobras com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que chegou a pedir a renúncia do atual presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho.
“Conversei há poucos minutos com o Arthur Lira, ele está neste momento reunido com líderes partidários. A ideia nossa é propor uma CPI para investigar o presidente da Petrobras, os seus diretores e também o conselho administrativo e fiscal. Nós queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles, porque é inconcebível se conceder um reajuste com o valor dos combustíveis lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo”, prosseguiu o presidente.
O mandatário afirmou que o novo reajuste destrói a economia brasileira, leva à inflação e à perda do poder aquisitivo e é “irracional”.
Bolsonaro disse ainda que o conselho da Petrobras está “boicotando” o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, ao não se reunir para votar as novas indicações feitas pelo governo para o comando da empresa. “A coisa mais importante é trocar o presidente e os diretores da Petrobras. Esperamos poder conseguir fazer isso nos próximos dias, porque não depende de uma canetada do ministro, tem que negociar com o conselho”, frisou o chefe do Executivo nacional.