Em julho, o Brasil embarcou 2,476 milhões de sacas de café. São 14,9% a menos que no mesmo mês do ano passado. Mas, a receita foi maior, de US$ 583,7 milhões. Aumento de 40,3% na comparação graças ao preço médio da saca, de US$ 235,70 e uma alta de 65% em relação ao ano anterior. Os dados são do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Entre as influências está o atraso na colheita da atual safra, que agora teria se normalizado, para o presidente da entidade, Günter Häusler. Ele também explica que alguns produtores esperam um momento com preços ainda melhores para fechar negócios, já que ultimamente tem ocorrido uma oscilação incomum por causa das incertezas do cenário econômico.
Ainda assim, os lucros já são satisfatórios por conta do câmbio e, principalmente, por conta da estratégia logística, avalia Günter. “Destaca-se a competência dos exportadores, que, frente aos elevados custos de frete e menor disponibilidade de contêineres e espaço nos navios, encontram formas para o Brasil seguir honrando seus compromissos internacionais”.
Acumulado do ano
Os embarques entre janeiro e julho de 2022 alcançaram o recorde histórico de US$ 5,231 bilhões, o que equivale a um crescimento de 62,4% ante o valor registrado em idêntico intervalo no ano passado.
Já em volume, as exportações de café do Brasil, no acumulado dos sete primeiros meses deste ano, contabilizam 22,444 milhões de sacas, apresentando um declínio de 5,9% na comparação com 2021.
Os principais destinos
De janeiro a julho, o ranking de compradores mostra no topo os Estados Unidos, que importaram 4,659 milhões de sacas, volume 2,9% superior aos 4,526 milhões comprados no mesmo intervalo de 2021 e que correspondeu a 20,8% dos embarques totais do Brasil em 2022.
A Alemanha, com representatividade de 17,9%, importou 4,015 milhões de sacas (-4,1%) e ocupou o segundo lugar na tabela. Na sequência, vieram Bélgica, com a compra de 1,993 milhão de sacas (+17,5%); Itália, com 1,817 milhão (+8,0%); e Japão, com a aquisição de 991.898 sacas (-26,8%).