Brasil ocupa a 63ª posição no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa

LIBERDADE DE IMPRENSA | ONG Repórteres Sem Fronteiras aponta fragilidade econômica como principal ameaça ao jornalismo em 2025

O Brasil subiu 19 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2025, divulgado nesta sexta-feira (2) pela organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), alcançando a 63ª colocação entre 180 países. Em 2024, o país estava em 82º, e em 2023, em 92º. Apesar da melhora significativa, o cenário global é preocupante: seis em cada dez países recuaram na classificação, e pela primeira vez, as condições para o exercício do jornalismo foram consideradas “ruins” em metade do mundo.

Noruega, Estônia e Países Baixos lideram o ranking, que avalia o ambiente para a liberdade de imprensa com base em cinco indicadores: político, social, econômico, marco legal e segurança. Neste ano, o indicador econômico foi o que mais impactou negativamente, refletindo a crescente concentração da propriedade dos meios de comunicação, pressões de anunciantes, e a falta de transparência em subsídios públicos.

Segundo a RSF, a situação da liberdade de imprensa global é “difícil”, com uma média de pontuação inferior a 55 pontos. Apenas um quarto dos países têm condições “satisfatórias” para o exercício da atividade jornalística.

Anne Bocandé, diretora editorial da RSF, destacou que a crise financeira enfrentada pelos veículos de comunicação ameaça diretamente sua independência. “Sem independência econômica, não há imprensa livre. Um meio economicamente fragilizado corre o risco de priorizar a audiência em detrimento da qualidade, tornando-se vulnerável a interesses de oligarquias ou de políticos que buscam manipulá-lo”, afirmou.

A ONG reforça que garantir a pluralidade, a liberdade e a independência da imprensa passa, necessariamente, por condições financeiras estáveis. A fragilidade econômica, portanto, não é apenas um problema de mercado, mas um entrave estrutural à democracia e ao direito à informação.