15 de março de 2025

Brasil registra quase 2,8 mil casos de febre do Oropouche em janeiro

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SAÚDE | O país enfrenta um surto da doença, transmitida por mosquitos, que apresenta sintomas semelhantes aos da dengue.

Nas quatro primeiras semanas de 2025, o Brasil registrou 2.791 casos de febre do Oropouche, sendo 2.652 apenas no Espírito Santo, 99 no estado do Rio de Janeiro e 30 em Minas Gerais. Além disso, outros casos foram identificados na Paraíba (7), Ceará (1), Paraná (1) e Roraima (1).

O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Rivaldo Venâncio, destacou a gravidade da situação: “Quase três mil casos de Oropouche nas quatro primeiras semanas do ano, no Brasil – 95%, aproximadamente, registrados no Espírito Santo. É uma preocupação adicional em relação ao verão passado que enfrentamos.”

O que é a febre do Oropouche?

A febre do Oropouche é uma doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus. O vírus foi identificado no Brasil em 1960, após ser isolado de um bicho-preguiça durante a construção da rodovia Belém-Brasília. A enfermidade é endêmica na região amazônica, mas desde 2024 tem preocupado autoridades sanitárias devido à sua transmissão autóctone em diferentes estados.

A principal forma de transmissão ocorre por meio do mosquito Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não humanos atuam como hospedeiros. No meio urbano, humanos são os principais hospedeiros, e o vírus pode ser transmitido pelo mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente chamado de pernilongo.

Sintomas e riscos

Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue, incluindo febre alta, dor de cabeça intensa, dores musculares, náusea e diarreia. O quadro clínico geralmente apresenta febre de início súbito, cefaleia, mialgia e artralgia. Além disso, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos são frequentes.

Casos mais graves podem envolver o sistema nervoso central, resultando em meningite asséptica e meningoencefalite, principalmente em pacientes imunocomprometidos. Manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe e gengivorragia, também podem ocorrer.

Em 2024, a Bahia confirmou as duas primeiras mortes associadas à febre do Oropouche no mundo. As vítimas, duas mulheres jovens sem comorbidades, faleceram nos municípios de Valença e Camamu, em março e maio, respectivamente.

Monitoramento e prevenção

As autoridades sanitárias acompanham de perto a disseminação da doença e reforçam a necessidade de controle dos vetores para conter o avanço da febre do Oropouche. Medidas como o uso de repelentes, a eliminação de criadouros de mosquitos e a busca por atendimento médico em caso de sintomas são essenciais para prevenir complicações.

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