Câmara discute com empresa de transporte atrasos, tarifa e superlotação em Cachoeira do Sul

TRANSPORTE PUBLICO | Reunião foi convocada após reclamações da população sobre o serviço prestado pela TNSG

A Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul realizou, na tarde desta terça-feira (15), uma reunião com representantes da empresa Transportes Nossa Senhora das Graças (TNSG) para esclarecer dúvidas sobre o serviço de transporte coletivo no município. O encontro, promovido pelo presidente do Legislativo, vereador Magaiver Dias (PSDB), foi motivado por diversas reclamações da população sobre atrasos e superlotação dos ônibus, principalmente nos bairros mais distantes e no trajeto até a UFSM.

Participaram da reunião os vereadores Ryan Rosa (PT), Alex da Farmácia (Repubicanos), Jeremias Madeira (PL), Felipe Faller (Republicanos) e Serginho Quoos (PSDB). Representaram a TNSG os empresários Waldir Souza e Taufik Germano.

Magaiver abriu os questionamentos cobrando explicações sobre os constantes atrasos nas linhas. Waldir justificou que os atrasos são causados por diversos fatores, como a dificuldade de manobra dos ônibus em paradas obstruídas por veículos particulares, o excesso de semáforos e o elevado número de passageiros idosos, que acabam tornando o embarque e desembarque mais lento.

Tarifa e subsídio municipal

O vereador Ryan Rosa voltou a questionar a metodologia de cálculo da tarifa. Segundo a TNSG, o valor é definido por legislação municipal com base na planilha Geipot, reconhecida nacionalmente. Atualmente, a tarifa está fixada em R$ 6, porém, de acordo com os representantes da empresa, o valor correto, conforme a planilha, seria de R$ 6,71. Waldir acrescentou que, com um subsídio mensal de R$ 300 mil da Prefeitura, seria possível reduzir a tarifa para R$ 4,40.

Licitação e investimentos

O vereador Felipe Faller abordou a falta de licitação do transporte coletivo, apontando que quatro editais foram cancelados nos últimos anos. A empresa afirmou que é favorável ao processo licitatório, desde que seja feito de forma “limpa, transparente e correta”. Waldir destacou as dificuldades enfrentadas pelo setor, afirmando que o sistema de transporte público urbano colapsou não apenas em Cachoeira do Sul, mas em várias cidades brasileiras. “O empresário não vem porque o sistema é deficitário”, resumiu.

Superlotação e gratuidades

Outro tema discutido foi a superlotação nos ônibus da linha da UFSM, relatada por Ryan Rosa em sessão anterior. Serginho Quoos sugeriu diálogo entre Legislativo e empresa para buscar soluções que barateiem o serviço. A TNSG alegou que o episódio de superlotação foi pontual e ocorreu em razão da liberação simultânea dos estudantes pela universidade.

Por fim, Alex da Farmácia perguntou sobre o número de gratuidades concedidas. A empresa informou que cerca de 40 mil passageiros utilizam o serviço gratuitamente, para um universo de aproximadamente 80 mil pagantes. Isso representa metade da base de usuários, o que, segundo a empresa, compromete o faturamento e impede a renovação da frota. Taufik Germano destacou que a TNSG já foi referência estadual em transporte público, mas hoje não vê garantias para investir sem um contrato formal e segurança jurídica.