Com o aumento da temperatura, 99% das lavouras de soja projetadas para esta safra já foram semeadas nos 6,74 milhões de hectares estimados, conforme o informativo conjuntural da Emater/RS-Ascar divulgado. A trégua das chuvas e a elevação da temperatura nos últimos dias deram condições favoráveis para o desenvolvimento das plantas e para a mitigação de problemas associados ao excesso de umidade e o avanço do plantio em áreas de várzea, onde as atividades estavam comprometidas. No Estado, 85% das plantações estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 14% em floração e 1% em enchimento de grãos. A perspectiva de produtividade para este ciclo é de 3.327 kg/ha.
A detecção precoce da ferrugem asiática causa apreensão na Região Oeste do Estado. As constantes chuvas nesta temporada favoreceram a disseminação dos esporos. Os agricultores seguem monitorando as lavouras e aplicando fungicidas de forma preventiva, além de fazer o controle químico de ervas espontâneas/concorrentes.
Milho
Na cultura do milho, prossegue a implantação escalonada de lavouras, alcançando 94% da área projetada de 817,5 mil hectares. A colheita do cereal alcançou 13% da área, em operações facilitadas pela redução dos volumes de chuva nas últimas duas semanas, que se refletiu na redução da umidade nos grãos, aproximando-os dos teores ideais para o processo de trilha. Os resultados são variáveis, com tendência de redução na produtividade inicial, prevista em 7.414 kg de milho/ha, em razão da lixiviação de nutrientes por causa da chuva, prejudicando a polinização durante a fase reprodutiva. De acordo com a Emater/RS-Ascar, a confirmação da redução só será possível à medida que a colheita avançar para lavouras de plantio mais tardio.
A área plantada com milho silagem no RS progrediu para 80% da projeção de 364,3 mil hectares. Simultaneamente, a colheita de planta inteira atingiu 25% dos cultivos, restando 20% das lavouras no ponto de corte, 24% em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo e 31%, entre floração e enchimento de grãos. A produtividade estimada é de 39.088 kg/ha.
Feijão
Houve continuidade na implantação de lavouras de feijão 1ª safra na região Nordeste. As condições ambientais propiciaram o plantio e o estabelecimento das lavouras. Nas demais regiões, a colheita teve continuidade. Para esta safra, projeta-se área de cultivo de 29 mil hectares em primeira safra, com produtividade estimada em 1.775 kg/ha.
Arroz
A semeadura está tecnicamente encerrada no Estado. O Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga) calcula uma área de cultivo de 902,4 mil hectares, enquanto a Emater/RS-Ascar espera produtividade média de 8.359 kg/ha e estima que 95% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 5% em florescimento. Segundo a empresa, os plantios em outubro e novembro estão com irrigação regular e excelente aspecto visual, em razão da longa sequência de dias ensolarados e temperaturas adequadas. A disponibilidade abundante de água facilita os trabalhos de irrigação do arroz, que reflete em melhor qualidade no manejo de plantas daninhas, além de vantagens que o solo saturado de água proporciona para a cultura. Os produtores monitoram pragas e doenças.
Pastagens e criações
Apesar do bom desenvolvimento das pastagens de verão, os bovinos de corte estão consumindo menos, devido ao calor, que também tem dificultado as ações de reprodução. O estresse térmico afeta especialmente animais de raça europeia, prejudicando o desempenho reprodutivo. A condição sanitária permaneceu adequada, mas seguem os relatos de infestações de ectoparasitas, como carrapato, mosca-dos-chifres e berne.
O cenário também impacta os bovinos de leite. Apesar do rápido crescimento das pastagens de verão, as elevadas temperaturas dificultam e diminuem a eficiência do pastejo. Os pecuaristas realizam intervenções para o controle de ectoparasitas e estão preocupados com a redução nos preços do leite.
Defeso nas lagoas
A Lagoa dos Patos mantém nível de água acima do padrão. O Fórum da Lagoa dos Patos está engajado na discussão da eventual prorrogação do período de defeso, motivada pelas projeções desfavoráveis para a safra de camarão na região. Em Pelotas, destacam-se registros de captura de corvina, embora de volumes reduzidos, e a presença de linguado e tainha no mercado. Na bacia da Lagoa Mirim, o período de defeso está vigente até 31 de janeiro.