Como pesquisador científico há mais de 18 anos, destaco alguns pontos relevantes de contribuição das pesquisas científicas no nosso dia-a-dia. Primeiro: aparelhos eletrônicos de consumo de conteúdo e tarefas diárias. Nesta caixa podemos colocar smartphones, smartwatches, smart tvs, smart rings, smart speakers e uma pilha de gadgets e outros aparelhos inteligentes e seus aplicativos. Segundo: equipamentos médicos para diagnóstico, como aparelho de ressonância magnética e aparelho de tomografia computadorizada, dentre inúmeros outros, como headset de realidade aumentada para cirurgiões. Terceiro: vacinas e medicamentos. Quarto: veículos automotores. Quinto: máquinas programadas que auxiliam em tarefas como um robô aspirador de pó e um drone usado na agricultura para pulverização ou coleta de imagens. Sexto: móveis e acessórios fabricados com resíduos que contribuem com a sustentabilidade e o meio ambiente (vide como exemplo: https://mush.eco/).A ordem apresentada não significa ordem de importância, nem representa um conjunto finito, sendo que poderíamos facilmente ultrapassar a casa de 1000 pontos elencadosem diversas áreas e que, por óbvio, não é possível apresentá-los aqui. Em algum momento usamos e dependemos de um ou mais benefícios do que foi listado e não nos damos conta do que seria – ou já foi, em outros tempos, ao menos em partes – a vida sem estes benefícios, comodidades e, até mesmo, necessidades.
Mas, e onde entra o papel das pesquisas científicas? Ele entra majoritariamente antes de tudo isto estar disponível para a população. Pesquisadores se debruçam meses, anos e, inclusive décadas em alguns casos, para observar, experimentar, engenhar, criar, testar, destruir/desfazer (se necessário), recriar, testar novamente (e o novamente pode ser por milhares de vezes), remodelar, adequar às normas, realizar prototipagem, aumentar escala, testar em escala aumentada, testar com coeficientes de segurança, analisar respostas, modificar/ajustar – poderíamos colocar muitos outros verbos nestas etapas intermediárias – avaliar o desempenho em escala real e, finalmente, disponibilizar o invento para o mercado. São muitos profissionais que atuam de modo colaborativo e integrado para que aquilo que consumimos seja do nosso agrado, na maior parte das vezes seja economicamente acessível e, obrigatoriamente, seja seguro de acordo com as normas vigentes. Resumidamente, como um simples exemplo, hoje usamos lâmpadas de LED em nossas residências que consomem no mínimo 80% menos energia do que as antigas incandescentes e, de quebra, fornecem mais quantidade de luz emitida, medida em lúmens, porque pesquisadores há alguns anos pesquisaram esta tecnologia de lâmpadas e disponibilizaram para a população. E as pesquisas não cessam, sempre há melhorias constantes e contínuas para um mesmo tipo de produto, como calçados cada vez mais leves e confortáveis, dentre milhares de outras inovações para outros produtos e serviços.Onde são realizadas as pesquisas? Em laboratórios de universidades, institutos, empresas, lavouras, áreas fabris… e, até mesmo, em casa. São vários locais e níveis de desenvolvimento científico e tecnológico.
No dia 8 de julho é comemorado, no Brasil, o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico.Somos realmente dependentes de avanços científicos nacionais para reduzir a evasão de divisas.Portanto, devemos primeiramente entender o que as pesquisas científicas beneficiam a população para auxiliar no seu fortalecimento em todas as esferas: municipal, estadual e nacional.
Cachoeira do Sul, 19 de janeiro de 2024.
Prof. Giovani Leone Zabot
Vice-Diretor – UFSM-CS
