6 de dezembro de 2025

Conab prepara compra de milho diante de safra recorde e queda de preços

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RURAL | Presidente da estatal, Edegar Pretto, confirma recomposição dos estoques públicos diante da maior colheita da história

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deve anunciar nos próximos dias uma operação de compra de milho com o objetivo de recompor os estoques públicos e conter a tendência de queda nos preços do grão no mercado interno. A informação foi confirmada pelo presidente da estatal, Edegar Pretto, na tarde desta quarta-feira (23).

“Nos próximos dias vamos voltar a recompor os estoques de milho, vamos comprar mais milho. Não vou adiantar o volume nem a operação que será feita porque será parte de um anúncio (da Conab)”, declarou Pretto, sem detalhar o montante nem o formato da aquisição.

A medida ocorre no momento em que o Brasil caminha para colher a maior safra de milho de sua história. Segundo projeção da própria Conab, a colheita de 2025 pode alcançar 132 milhões de toneladas, um salto de mais de 14% em relação ao ciclo anterior. Desse total, cerca de 90 milhões de toneladas deverão ser consumidas internamente.

Contudo, Pretto fez uma ressalva sobre o impacto climático em algumas regiões produtoras. “O Paraná estava na floração, deu a geada, estamos acompanhando”, disse.

Logística e insumos sob impacto

O cenário de safra recorde já tem refletido em diferentes segmentos do agronegócio. Conforme a edição de julho do Boletim Logístico da Conab, divulgada também nesta quarta-feira, os preços de frete apresentaram altas em diversas regiões do país. Já as importações de fertilizantes seguem firmes. Entre janeiro e junho de 2025, o Brasil importou 19,41 milhões de toneladas do insumo, alta de 9,29% frente ao mesmo período de 2024.

Queda nas exportações e nos preços internos

Com a expectativa de ampla oferta, os preços do milho têm recuado no mercado interno. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) indicam que as cotações registraram queda nas últimas semanas. Parte dessa pressão vem da retração nas exportações. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estima que os embarques de julho fiquem em 4,14 milhões de toneladas, cerca de 400 mil a menos do que o projetado inicialmente.

Apesar da tendência de baixa, o movimento foi parcialmente interrompido na última semana. Vendedores reduziram a oferta e compradores se afastaram das negociações no mercado spot, monitorando a colheita e as projeções de exportação em ritmo mais lento.

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