12 de dezembro de 2025

CPI do INSS: oposição fala em blindagem a irmão de Lula, mas não descarta convocação

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FRAUDE DO INSS | Estratégia é aguardar depoimentos iniciais antes de chamar Frei Chico, dirigente de sindicato investigado pela PF

A oposição no Congresso Nacional nega que exista um acordo para blindar José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de uma eventual convocação pela CPI Mista do INSS. Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade alvo de investigações da Polícia Federal sobre possíveis fraudes envolvendo benefícios previdenciários.

Segundo os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF), a estratégia é esperar os depoimentos dos responsáveis pela investigação antes de votar a convocação. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), reforçou que os pedidos só serão colocados em votação quando surgirem indícios suficientes. Apesar disso, a oposição já protocolou requerimentos de quebra de sigilos bancário e telemático de Frei Chico e do Sindnapi, sinalizando que o chamado não está descartado.

Primeiros passos da CPI

Na sessão inaugural, realizada nesta semana, a CPI aprovou 34 requerimentos apresentados pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Entre eles estão convites a ex-ministros da Previdência e do INSS desde 2015: Carlos Eduardo Gabas (governo Dilma Rousseff), José Carlos Oliveira (governo Jair Bolsonaro) e Carlos Lupi (governo Lula). Por se tratar de convites, a presença será facultativa em um primeiro momento.

Já representantes do Dataprev, diretores de benefícios do INSS e dirigentes de associações com convênios para descontos automáticos nos benefícios foram convocados de forma obrigatória.

Ambiente político

Apesar de negar blindagem, a condução dos trabalhos mostra cautela quando o assunto é Frei Chico. O vínculo direto do irmão do presidente com um sindicato investigado levanta dúvidas sobre a disposição da base governista e da própria presidência da CPI em aprovar sua convocação logo no início. A oposição promete insistir no tema, mas sinaliza que prefere acumular provas para evitar que o pedido seja derrubado em plenário.

A comissão volta a se reunir nesta quinta-feira (28) para discutir os próximos passos da investigação e aprovar o calendário de depoimentos.

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