CPMI do INSS aprova pedido de prisão de 21 investigados por fraudes contra aposentados
FRAUDE DO INSS | Sessão também foi marcada por bate-boca entre senadora Leila Barros e deputada Coronel Fernanda
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou, por unanimidade, nesta segunda-feira (1º), um requerimento que solicita ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva de 21 pessoas denunciadas por participação em fraudes contra aposentados e pensionistas. A decisão foi tomada com 26 votos favoráveis e nenhum contrário.
Entre os nomes listados estão o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto; o empresário Maurício Camisotti, controlador de associações investigadas; e Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”. O pedido será analisado pelo ministro André Mendonça, relator do caso no STF.
Bate-boca na sessão
A votação foi marcada por uma discussão entre a senadora Leila Barros (PDT-DF) e a deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT), ambas integrantes da CPMI.
Segundo Coronel Fernanda, a confusão começou após ela comemorar o resultado da aprovação do requerimento de prisão, que incluiu o nome de Alessandro Stefanutto, indicado ao cargo no INSS pelo então ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT).
— A senadora Leila não gostou quando comemorei o resultado da votação e veio para cima e eu não aceitei. Ela disse que não tinha medo e eu também retruquei que não tinha medo — relatou a deputada, acrescentando que considera o episódio superado.
Até o momento, Leila Barros não se manifestou sobre o caso. O espaço segue aberto para sua posição. Apesar da discussão, a parlamentar votou favoravelmente ao pedido de prisão.
Críticas à impunidade
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), criticou a demora nas investigações, que até agora não resultaram em prisões ou bloqueio de bens.
— Nós não temos ninguém preso até hoje. Nós não temos um bloqueio de bens até o momento. Isso é de uma impunidade vergonhosa no Brasil — afirmou Viana.
A iniciativa de solicitar as prisões partiu do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que justificou a medida como necessária para a garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal.
Novos desdobramentos
Durante depoimento que se estendeu por mais de oito horas, o advogado Eli Cohen trouxe novas acusações. O senador Jorge Seif (PL-SC) afirmou que a Polícia Federal teria identificado parlamentares que recebiam “mesadas” de instituições envolvidas no esquema, e apresentou requerimento para que os nomes sejam revelados.
Cohen também relatou que um esquema semelhante ocorre em operações de empréstimos consignados, envolvendo bancos como BMG, Master e Picpay.
Lista dos investigados
O requerimento da CPMI pede a prisão preventiva das seguintes pessoas:
- André Paulo Fidelis
- Eric Douglas Fidelis
- Cecília Rodrigues Mota
- Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho
- Thaisa Hoffmann Jonasson
- Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira
- Alexandre Guimarães
- Antônio Carlos Camilo Antunes
- Rubens Oliveira Costa
- Romeu Carvalho Antunes
- Domingos Sávio de Castro
- Milton Salvador de Almeida Junior
- Adelinon Rodrigues Junior
- Alessandro Antônio Stefanutto
- Geovani Batista Spiecker
- Reinaldo Carlos Barroso de Almeida
- Vanderlei Barbosa dos Santos
- Jucimar Fonseca da Silva
- Philipe Roters Coutinho
- Maurício Camissotti
- Márcio Alaor de Araújo

