26 de março de 2025

Custo da Produção de Leite no RS Sobe 6,17% em 2024, Superando IPCA

VACAS

O custo com alimentação é uma das maiores despesas na produção de leite | Foto: Marcos Giesteira

RURAL | Inflação dos insumos pressiona produtores, com destaque para milho e fertilizantes

O Índice de Insumos para Produção de Leite Cru do Rio Grande do Sul (ILC) encerrou 2024 com uma alta de 6,17%, conforme dados divulgados pela Assessoria Econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). O aumento nos custos da produção impacta diretamente os produtores, que enfrentam uma inflação superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período.

Entre os insumos que mais influenciaram essa elevação, o milho registrou um acréscimo de 14% ao longo de 2024. Como a alimentação representa uma das maiores despesas na atividade leiteira, essa alta pesa consideravelmente no orçamento dos produtores. Além do milho, outros itens também registraram majoração significativa: fertilizantes (20,3%), silagem (14%), concentrado (1,8%) e combustíveis (6,7%).

No comparativo entre novembro e dezembro, os custos tiveram um acréscimo de 1,28%, impulsionado principalmente pela alta de 10% nos fertilizantes, resultado da valorização do dólar acima de R$ 5 no período. O sal mineral, que havia se mantido estável por meses, subiu 4,7%. Por outro lado, a energia elétrica registrou a segunda queda consecutiva, com uma redução expressiva de 14%.

Perspectivas para 2025

O relatório da Farsul destaca que a elevação do ILC acima do IPCA reflete um contexto macroeconômico desafiador. “O Brasil tem apresentado dados preocupantes de descontrole fiscal, impactando negativamente as expectativas e desancorando a inflação futura. Diante deste cenário fiscal, acreditamos em uma inflação persistente em 2025”, aponta o estudo.

No entanto, há fatores que podem mitigar essa pressão inflacionária nos insumos do leite. A tendência de queda no preço da soja e do milho, bem como a baixa no custo da energia elétrica em janeiro, são sinais positivos. Além disso, eventuais reduções na cotação do dólar podem influenciar os preços dos fertilizantes e combustíveis, aliviando os custos de produção no início do ano.

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