Deise Moura dos Anjos, presa por envenenar família, é encontrada morta no presídio

CASO BOLO ENVENENADO | Chefe de Polícia confirma que a detida foi encontrada sem vida durante conferência matinal na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.
Aos 42 anos, Deise Moura dos Anjos foi encontrada morta nesta manhã, na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, onde estava presa preventivamente desde 5 de janeiro. De acordo com informações do chefe de Polícia do Rio Grande do Sul, Fernando Sodré, a detida apresentava sinais de enforcamento e, possivelmente, utilizou suas roupas para cometer o ato. As circunstâncias da morte serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Durante a conferência matinal, os servidores da penitenciária encontraram Deise sem sinais vitais em sua cela, onde estava sozinha. O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi acionado e confirmou que a morte ocorreu por “asfixia mecânica autoinfligida”. A perícia do IGP foi chamada ao local para realizar a remoção do corpo.
Deise, que estava inicialmente detida em Torres, foi transferida para Guaíba no início de fevereiro por questões de segurança. Em Torres, a prisão era mista, com uma ala feminina, enquanto Guaíba possui uma penitenciária exclusivamente destinada a mulheres. A unidade abriga atualmente 447 presas.
Ela estava sendo investigada por sua possível participação na morte de três pessoas de sua família, ocorrida no dia 23 de dezembro de 2024, em Torres. As vítimas, que consumiram um bolo envenenado com arsênio, faleceram em poucas horas após o incidente. Além disso, Deise também era suspeita da morte de seu sogro, ocorrida em setembro de 2024, após ingestão de alimentos que teria levado até a casa dele.
Investigações em Curso
As investigações sobre o envenenamento familiar continuam. Laudos divulgados pelo IGP confirmaram a presença de arsênio na urina do marido e do filho de Deise, indicando tentativas de envenenamento. No caso de seu sogro, a perícia confirmou que ele foi envenenado com arsênio, e a polícia constatou que Deise comprou o veneno pela internet, recebendo-o pelos Correios em pelo menos quatro ocasiões.
A polícia também investiga a possível contaminação da farinha utilizada no bolo envenenado, com indícios de que o veneno tenha sido misturado à farinha antes do episódio fatal. A última vez que Deise esteve em Arroio do Sal, cidade onde o bolo foi preparado, foi no dia 20 de novembro de 2024.