Deputado Paparico busca soluções a devastação causadas por javalis em lavouras

A Câmara de Vereadores de Vacaria deve sediar uma audiência pública sobre a prevenção, controle e monitoramento de javalis (Sus scrofa) no Rio Grande do Sul. Responsável pela iniciativa, atendendo a reivindicação de agricultores e controladores de javalis na região dos Campos de Cima da Serra, o deputado Paparico Bacchi (PL) foi a Vacaria, onde se reuniu com o vereador Mauro Deluchi Schuler para verificar sobre as datas disponíveis para realizar o evento. Douglas Cenci, assessor parlamentar do deputado na região, também participou da reunião e segue dialogando com os agricultores da região para elencar os pontos cruciais na legislação que devem ser atualizados para resolver os intensos prejuízos que o ataque do animal exótico causa na produção agropecuária.

Na semana passada, em Brasília, o Plano Nacional de Prevenção, Controle e Monitoramento do Javali (Plano Javali), foi pauta no debate da Comissão Nacional do Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Temos grande preocupação com os impactos negativos e as perdas financeiras que produtores rurais de todo o Brasil estão tendo”, destacou o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço.

A preocupação também é intensa no Rio Grande do Sul, um dos estados brasileiros que mais apresenta a presença do animal – considerado uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo, de acordo com a União Internacional de Conservação da Natureza. “Defendo com veemência as demandas do setor produtivo, especialmente dos pequenos agricultores, de onde vem a minha origem familiar. Por meio da audiência pública será possível concentrar esforços para reduzir as grandes perdas econômicas que os ataques dos javalis resultam aos produtores rurais”, salientou o deputado Paparico Bacchi.

Controle
O javali (Sus scrofa) é uma espécie nativa da Europa, Ásia e norte da África. Foi introduzida no Brasil a partir da década de 1960, principalmente para o consumo de carne na região sul do país. O animal é classificado como uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo pela União Internacional de Conservação da Natureza. Sua agressividade e facilidade de adaptação são características que, associadas à reprodução descontrolada e à ausência de predadores naturais, resultam em uma série de impactos ambientais e socioeconômicos, principalmente para pequenos agricultores.

Embora faltem números oficiais atualizados, sobram relatos dos estragos nas lavouras e a presença do animal triplicou nos últimos dez anos, atingindo estados livres da invasão até então, como o Pará e Pernambuco. Conforme estudos de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, 1.152 municípios reportaram a presença de javalis em 2022, com destaque nas regiões Sul e Sudeste. Em 2012, eram 370 municípios.

Em razão do aumento de sua distribuição pelo território nacional e da crescente ameaça ao ecossistema, o controle da espécie foi autorizado pelo Ibama em 2013, de acordo com regras estabelecidas pela Instrução Normativa N° 03/2013 e suas alterações. Espécies exóticas invasoras são consideradas a segunda maior causa de perda da biodiversidade em escala global e representam um desafio para a conservação dos recursos naturais. Há registros da presença de javalis em quinze unidades da federação: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Roraima, Tocantins, Maranhão, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

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