Estudo mapeia pecanicultura no RS

Nas propriedades gaúchas que trabalham hoje com a cultura da noz-pecã, 10% do faturamento vem da comercialização da fruta. Cerca de 83% dos pomares foram plantados sem a necessidade de crédito rural nos últimos cinco anos. Pelo menos 35% dos pecanicultores alegam não receber assistência técnica para o cultivo. Tais índices foram divulgados ontem em reunião da Câmara Setorial da Noz-Pecã, na Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), e correspondem aos primeiros resultados da pesquisa que a pasta conduz para identificar características e necessidades do setor.

Os questionários foram aplicados pela Emater/RS-Ascar a 319 produtores. A tabulação dos dados está sendo feita pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da secretaria. “Mesmo com a ocorrência das enchentes de maio, que chegou a atingir de forma grave alguns pecanicultores, conseguimos manter a coleta e concluir até meados de junho”, disse o extensionista da Emater Antônio Borba.

A pesquisa foi demandada pela Câmara Setorial, que também contribuiu na elaboração do questionário respondido pelos produtores. De acordo com o coordenador da Câmara, Jaceguay Barros, é um conjunto de informações muito importante sobre os aspectos econômico, social e produtivo da cadeia. A pesquisadora do DDPA Larissa Ambrosini informou que, devido ao volume de dados coletados, os resultados do levantamento serão divididos em algumas publicações, a serem lançadas em breve. “Estamos em fase de análise e redação dos resultados. Planejamos fazer duas circulares técnicas, uma sobre manejo da cultura e outra sobre pós-colheita, comercialização”, detalhou.

Na reunião da Câmara, os representantes do setor também discutiram a redução da alíquota de ICMS para a noz-pecã e produtos derivados. A solicitação do setor é que, a exemplo do que ocorreu com a olivicultura, a alíquota de ICMS seja reduzida de 17% para 4%.

“Outros estados já trabalham com redução de ICMS. Precisamos nos adiantar porque aqui está de 70 a 75% da produção de noz-pecã no Brasil,”, destacou o presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Eduardo Basso.


Nos próximos dias, a Câmara Setorial deve consolidar um documento sobre a redução de alíquota, que servirá de base para a articulação com a área fiscal.

O setor produtivo retomou ainda a discussão sobre um regulamento técnico de identidade e qualidade da noz-pecã, encaminhado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que estabeleça o padrão para a fruta com casca e descascada. Há uma normativa do Mapa que estabelece um padrão horizontal de qualidade para comercialização de amêndoas, nozes, castanhas e frutas secas, categoria que inclui a noz-pecã, mas apenas na forma descascada. A Câmara Setorial entende que é preciso um regulamento específico, que possa incluir parâmetros para as nozes com casca.




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