José Melo, nome artístico de José Peixoto de Melo Primo, morreu nesta segunda-feira (9), em Cachoeira do Sul, aos 77 anos. Natural da cidade, ele deixou sua marca no cenário musical gaúcho nos anos 1970, com um estilo autêntico e apaixonado pela cultura do Rio Grande do Sul. Melo, que vivia em uma casa geriátrica nos últimos anos, completaria 78 anos no próximo dia 19 de dezembro.
Filho de Alvise Alves de Mello e Almira Beskow de Mello, José Melo cresceu em Lomba Grande, próximo ao Piquiri. Desde jovem, demonstrou talento musical, aprendendo sozinho a tocar instrumentos como gaita-ponto, acordeon e violão. Inspirado por seus irmãos, também músicos, ele consolidou um repertório que exaltava a vida rural e as tradições gaúchas.
Sua carreira teve início na Rádio Princesa do Jacuí e se consolidou em rodeios e bailes. Em 1970, lançou o compacto Mundo Transformado, que lhe trouxe reconhecimento nacional. Quatro anos depois, veio o primeiro LP, Mensagem Gaúcha, que o projetou em rádios, programas de TV e palcos pelo Brasil. A autenticidade de Melo foi celebrada pelo poeta Lauro Rodrigues, que o descreveu como “um autêntico expoente da temática pampeana”.
Embora tenha experimentado o sucesso, Melo também enfrentou desafios pessoais. Diagnosticado com demência alcoólica, viveu períodos difíceis. Sua trajetória foi registrada no livro Bravuras de um Peão – José Melo – História & Verso, escrito por seu irmão, Otávio Maragato, em 2007.
José Melo será lembrado como um símbolo da cultura gaúcha, com composições como Gineteada na lobuna e Domingo no bolicho, que seguem ecoando nas rádios do estado. O cantor deixa um legado de simplicidade, talento e amor pelas tradições do Rio Grande do Sul.