Farsul critica inércia do governo federal diante da crise no agro gaúcho

RURAL | Entidade afirma que falta de ações efetivas coloca produtores na inadimplência e agrava o endividamento
A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgou na tarde desta terça-feira (13) uma nota em que manifesta profunda preocupação com a ausência de medidas concretas por parte do governo federal frente às perdas causadas pelas recentes tragédias climáticas no estado. O documento acusa Brasília de ignorar uma crise sem precedentes que, segundo a entidade, já comprometeu a sustentabilidade econômica de milhares de produtores rurais.
A federação destaca que o governo federal está plenamente ciente da situação crítica enfrentada pelos agricultores gaúchos, mas não agiu para aprovar sequer medidas já previstas no Manual de Crédito Rural (MCR). A Farsul critica a não-publicação de um voto do Conselho Monetário Nacional (CMN), mesmo após reunião extraordinária na última sexta-feira, que permitiria às instituições financeiras prorrogarem dívidas dos produtores.
“A premeditada falta de ação tem gerado um verdadeiro caos”, diz a nota, ressaltando que o vencimento de custeios, investimentos e prorrogações ocorre neste momento, sem suporte oficial. A entidade acusa o governo de empurrar os produtores à inadimplência ou à contratação de empréstimos a juros mensais de 2% a 3%.
Outro ponto abordado é a dívida feita com recursos livres, cuja solução, segundo a Farsul, exige a criação de uma linha de crédito vinculada ao Fundo Social do Pré-Sal — promessa ainda não concretizada. “O remédio, se chegar, de novo será pequeno, restrito e atrasado”, finaliza o texto, em tom de frustração com a diferença entre a realidade enfrentada no campo e a propaganda oficial.
A íntegra da nota foi intitulada “Nota à Sociedade” e pode ser conferida ao final do comunicado da federação.