Gleisi Hoffmann apaga vídeo sobre “Empréstimo do Lula” após críticas
Segundo o partido, a ministra Gleisi Hoffmann violou o princípio da impessoalidade na administração pública ao divulgar um programa do governo que enaltece diretamente o presidente Lula.
POLÍTICA | Ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais foi acusada de promoção pessoal do presidente
A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, apagou um vídeo publicado no sábado (23.mar.2025) em suas redes sociais no qual se referia ao crédito consignado aos celetistas, o “Crédito do Trabalhador”, como “empréstimo do Lula”.
Na gravação, Gleisi afirmava que a nova linha de crédito era uma alternativa para quem enfrenta dificuldades financeiras. “Apertou o orçamento? O juro tá alto? Pega o empréstimo do Lula”, dizia a ministra. Além de promover diretamente o presidente, a declaração também foi criticada por incentivar a população a adquirir dívidas, um gesto considerado inadmissível diante da crescente crise financeira no país.
A publicação foi alvo de críticas da oposição. O Partido Novo enviou, na segunda-feira (24.mar), uma representação ao Tribunal de Contas da União (TCU) acusando Gleisi de promoção pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a sigla, a ministra violou o princípio da impessoalidade na administração pública ao divulgar um programa do governo de forma a enaltecer diretamente o presidente.
“Diante de iniciativas no âmbito jurídico por parte de partidos de oposição, com evidente objetivo político, decidi suspender a postagem em que chamo o consignado privado de ‘empréstimo do Lula’”, afirmou Gleisi em nota ao jornal O Globo.
Crédito do Trabalhador
O empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada entrou em vigor na sexta-feira (21.mar). De acordo com o governo federal, a medida pode beneficiar 47 milhões de trabalhadores, incluindo celetistas, trabalhadores rurais, empregados domésticos e assalariados de microempreendedores individuais (MEIs).
O objetivo do programa é reduzir os juros cobrados, possibilitando taxas inferiores às do mercado. Os trabalhadores poderão usar até 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória, em caso de demissão, como garantia para obter melhores condições de financiamento.
O acesso ao programa se dá por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (disponível para Android e iOS), que encaminha solicitações de empréstimo para mais de 80 bancos credenciados. As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento pelo eSocial, o que permite taxas de juros mais baixas que as praticadas no consignado por convênio.
Levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego apontou que, até as 17h30 de segunda-feira (24.mar), foram realizadas 52.493.840 simulações do novo crédito consignado. No total, 6.134.192 propostas foram apresentadas, e 22.545 contratos foram fechados.
Quem já possui um crédito consignado ativo poderá migrar para a nova linha a partir de 25 de abril. Já a portabilidade entre bancos estará disponível a partir de 6 de junho.

