19 de dezembro de 2025

Governador Eduardo Leite reafirma defesa dos interesses do RS em discurso inflamado

eduardo leite

POLÍTICA | Governador gaúcho reage após presidente da República afirmar que governadores que criticaram vetos ao Propag são ingratos. Declaração ocorre durante anúncio de investimentos em infraestrutura no Piratini

O governador Eduardo Leite (PSDB) reiterou, nesta segunda-feira (21), seu compromisso em defender os direitos do Rio Grande do Sul, mesmo diante de críticas ou pressões externas. Durante o anúncio de investimentos para a recuperação de estradas e pontes afetadas pelas enchentes no Estado, realizado no Palácio Piratini, o tucano criticou a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação aos vetos ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).

“Não tenho nenhum problema com o prefeito que reclama, que demanda quando é pelo bem da sua comunidade. Quando o presidente da República diz que são ingratos os governadores que demandam pelos seus estados, eu digo que pode me adjetivar do que for, não vou parar de brigar pelo que é de direito do Rio Grande do Sul”, declarou Leite.

Os vetos de Lula ao Propag, anunciados na última semana, impactam diretamente o Rio Grande do Sul. Entre os pontos vetados está a contribuição ao fundo de equalização federativa, que, segundo o governo gaúcho, pode reduzir os R$ 14 bilhões previstos para a reconstrução do Estado à metade. Esses recursos são provenientes da suspensão da dívida do Estado com a União por três anos.

Articulação para derrubada dos vetos

Em resposta, Eduardo Leite iniciou uma série de articulações com a bancada federal gaúcha e outros governadores descontentes, como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. O objetivo é pressionar o Congresso Nacional para derrubar os vetos presidenciais.

“Na nossa campanha eleitoral, Gabriel e eu, afirmamos que o Rio Grande não era uma mera extensão de Brasília. Fomos eleitos para defender os interesses do nosso Estado, não para ser amigos do presidente A ou B”, destacou Leite, em um discurso inflamado. Ele também criticou a percepção de que os estados devem ser subservientes ao governo federal: “Exigimos o tratamento que é devido ao nosso Estado. Somos uma federação, e o Brasil é a soma das partes”.

Posicionamento do Estado sobre o Propag

Conforme Leite, caso os vetos não sejam revertidos, o Rio Grande do Sul não irá aderir ao Propag. O governador reforçou que a adesão ao programa, com as regras impostas, comprometeria o orçamento estadual e dificultaria a recuperação econômica e social do Estado após as recentes enchentes.

Os próximos passos da estratégia incluem diálogos com lideranças do Congresso Nacional e outros governadores insatisfeitos, buscando construir uma base de apoio ampla para reverter os prejuízos impostos ao Rio Grande do Sul.

Impactos no Estado

O veto ao fundo de equalização federativa ocorre em um momento sensível para o Rio Grande do Sul, que ainda contabiliza os danos das chuvas intensas e precisa de recursos para reconstrução de infraestrutura e assistência às comunidades afetadas. O governo estadual argumenta que os investimentos previstos são essenciais para garantir a retomada do crescimento econômico e a melhoria das condições de vida dos gaúchos.

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