Energia elétrica mais barata? O governo decidiu antecipar o fim da bandeira de escassez hídrica. A medida era esperada para 1º de maio, mas passará a valer a partir do próximo dia 16 deste mês. Na prática, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), haverá uma redução média esperada na conta de luz residencial de 20%, e a bandeira verde, que será adotada, deve se manter até o fim do ano.
O anúncio ocorreu nesta quarta-feira (6), no mesmo dia em que o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de março foi divulgado, mostrando aumento de 2,37% – consideravelmente acima do valor de fevereiro, de 1,5%. O IGP-DI indica a inflação em toda a cadeia produtiva, desde matérias-primas até produtos e serviços finais.
Economistas avaliam que a medida levará a uma redução significativa na inflação em abril e maio, mas que isso deve ser visto como uma “volta à normalidade” após a alta causada justamente pela bandeira tarifária aplicada no final do ano passado.
ATENÇÃO
A bandeira de escassez hídrica é uma taxa extra, criada no ano passado por causa da estiagem que atingiu diversas regiões do país e reduziu o volume dos reservatórios das hidrelétricas. Ela está em vigor desde setembro e tem o valor de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, 50% acima da bandeira vermelha patamar 2 – a mais alta até então. As bandeiras são acionadas quando há necessidade de acionar as usinas termelétricas para a geração de energia, que são mais caras. Na bandeira verde, não há cobrança adicional sobre o consumo.
“Em 2021, o Brasil enfrentou a pior seca já registrada na história”, afirmou o MME, em nota. “Com o esforço dos órgãos do setor, o país conseguiu superar esse desafio, os reservatórios estão muito mais cheios que
no ano passado e o risco de falta de energia foi totalmente afastado.” Segundo o último boletim de carga mensal do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado em fevereiro, houve alta na geração de energia de 3,7% no acumulado dos últimos 12 meses, em relação ao mesmo período do ano passado.
Ainda segundo a ONS, os reservatórios do subsistema que abarca o Sudeste e o Centro-Oeste estão com 64,5% da capacidade máxima; do subsistema Sul, com 47,75%; do Nordeste, 96,66%; e do Norte, 98,59%. Todas as regiões apresentaram altas em fevereiro.