13 de dezembro de 2025

Governo do RS decreta emergência em saúde por alta de internações respiratórias

VACINA SAÚDE GRIPE DENGUE

DECRETO DE EMERGÊNCIA | Medida visa ampliar ações emergenciais e garantir recursos federais; vacinação contra gripe é liberada para todos

Com o avanço alarmante das internações por doenças respiratórias, o governador Eduardo Leite deve assinar nesta segunda-feira (19) um decreto de emergência em saúde no Rio Grande do Sul. A medida foi encaminhada pela secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, e tem como objetivo principal facilitar o acesso dos municípios a ações emergenciais e a recursos do Ministério da Saúde.

De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES), 4.099 pessoas foram internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) somente neste ano. O dado mais preocupante é o aumento expressivo das hospitalizações de crianças com até 5 anos, que praticamente dobraram nos últimos dias, sobrecarregando a rede hospitalar.

— O decreto é pré-requisito para que se busque financiamento federal para leitos SRAG e com suporte ventilatório. Como a cobertura vacinal é baixa, especialmente entre crianças, e o número de internações só cresce, o decreto permite à rede hospitalar se preparar e buscar recursos externos — explicou a secretária-adjunta da Saúde, Ana Costa.

Ações emergenciais e financiamento

Com a vigência do decreto, os municípios ganham autorização facilitada para adotar medidas emergenciais como a contratação temporária de profissionais da saúde, compra de medicamentos e insumos, além da possibilidade de habilitar novos leitos hospitalares para atendimento de pacientes com sintomas gripais. A medida também abre caminho para que Estado e municípios acessem recursos do governo federal para o enfrentamento da crise.

Em Porto Alegre, a situação já havia sido reconhecida como emergencial devido à superlotação dos serviços do SUS e ao aumento expressivo de casos nas unidades de pronto atendimento da Capital e Região Metropolitana.

Vacinação para todos

Com apenas 29,28% da população vacinada contra a gripe no Estado — e números ainda mais baixos entre os grupos prioritários, como crianças (14%), idosos (35%) e gestantes (17%) — a Secretaria da Saúde decidiu liberar a vacinação para toda a população. A recomendação, contudo, segue voltada prioritariamente aos grupos de risco, mais vulneráveis às complicações da Influenza.

— Estamos perdendo a oportunidade de evitar internações, especialmente entre as crianças — alertou Ana Costa, enfatizando que a baixa adesão vacinal contribui diretamente para o aumento das hospitalizações.

A SES intensificará a campanha de conscientização sobre a importância da imunização como medida coletiva de proteção, essencial para conter o avanço dos casos e aliviar a pressão sobre os hospitais.

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