“O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense acaba de dar um passo relevante em defesa dos interesses do clube na gestão da Arena, ao adquirir um terço da dívida de financiamento que a gestora do estádio havia contraído com bancos.
Essa operação, resultado de uma negociação com o Banrisul, evita que a fatia da dívida caia no controle de investidores não comprometidos com o Grêmio e fortalece o clube na busca de soluções a questões de gestão que se acumulam desde a inauguração do estádio, há quase 12 anos, e que limitam o investimento em futebol e afetam o dia a dia do clube.
“Vamos colher em campo o resultado desse movimento jurídico e financeiro que realizamos”, diz o presidente do Grêmio, Alberto Guerra.
O departamento jurídico do Grêmio, que por meses se dedicou a essa negociação de forma reservada, observa que a compra de uma dívida, embora seja uma operação complexa, é comum no mercado quando se trata de um devedor inadimplente.
O vice-presidente Eduardo Magrisso acrescenta que, por uma cláusula de confidencialidade no contrato, não pode revelar o valor que o clube desembolsou, nem percentual de deságio (desconto), para se tornar credor.
“O fato é que se trata de uma parte relevante da dívida da gestora da Arena e que, agora sob controle do clube, amplia o poder do Grêmio nas negociações sobre a operação da Arena”, observa Magrisso.”
O Grêmio pagou cerca de R$ 20 milhões ao Banrisul por um terço da divida.
Os fundos abutres são um tipo de investimento que consiste na compra de ativos ou títulos de renda variável de empresas e países que estão passando por dificuldades financeiras.
Os fundo chamados abutres haviam comprado 2/3 da dívida da gestora com o Banco do Brasil e o Santander.
A operação do Grêmio em comprar parte da dívida evita que os abutres fiquem com 100% da dívida e passem a controlar o negócio.
O clube ficaria na mão dos chamados abutres.
Hiltor Mombach
Correio do Povo