O índice oficial de inflação no Brasil voltou a perder ritmo ao subir 0,47% em maio, na comparação com abril (+1,06%), de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com a segunda desaceleração consecutiva, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) agora apresenta alta de 4,78% neste ano e de 11,73% no acumulado dos últimos 12 meses, valor menor do que o apurado em abril (12,13%) e que corresponde à primeira queda na base de comparação em um ano.
De acordo com o levantamento do IBGE, Porto Alegre teve a sexta maior variação do IPCA em maio, com 0,47%. Índice é menor que Recife (0,55%), Rio de Janeiro (0,56%), Aracaju (0,74%), Salvador (1,29%) e Fortaleza (1,41%). A variação acumulada no ano da Capital chegou a 3,14% e a verificada nos últimos 12 meses ficou em 10,79%.
Uma das contribuições para a desaceleração do indicador foi apresentada pela queda dos itens que fazem parte do grupo de habitação (-1,7%), com destaque para as contas de luz (-7,95%), que deixaram de ter a cobrança adicional de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos a partir do dia 16 de abril, com a adoção da bandeira tarifária verde.
A alta dos combustíveis (+1%) também foi menor do que a apurada no mês anterior, após o salto expressivo registrado no em abril (+3,2%). A variação em ritmo menor ocorreu devido especialmente à gasolina, que ficou 0,92% mais cara, ante salto de 2,48% no mês anterior.
Também ajudou para a alta menor do indicador os preços dos produtos que fazem parte do grupo de alimentos e bebidas, que subiram 0,48%, ante variação de 2,06% em abril. Para o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, produtos que vinham subindo bastante tiveram quedas expressivas em maio. Entre as quedas mais expressivas aparecem o tomate (-23,72%), da cenoura (-24,07%) e da batata-inglesa (-3,94%). Para Kislanov, existe um componente sazonal porque, normalmente, o início do ano é marcado por preços mais altos dos alimentos devido a questões climáticas.
Com a manutenção da inflação na casa dos dois dígitos, o BC (Banco Central) admite que o índice encerrará 2022 acima do teto da meta pelo segundo ano seguido. O alvo do CVM (Conselho Monetário Nacional) para o IPCA é 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%). O novo furo do teto da meta também é previsto pelo Ministério da Economia, que revisou de 6,5% para 7,9% a expectativa de inflação para este ano. Para o mercado financeiro, o indicador oficial deve fechar o ano em 8,89%.