6 de dezembro de 2025

Lula e Xi Jinping reforçam aliança estratégica e defendem reforma na ordem mundial

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POLÍTICA | Presidente brasileiro afirma em Pequim que relação com a China “nunca foi tão necessária” e critica guerras comerciais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (13), em Pequim, que a parceria entre Brasil e China “nunca foi tão necessária”, destacando a importância da união entre os dois países diante de um cenário internacional “mais imprevisível, instável e fragmentado”. A declaração foi feita após reunião com o líder chinês Xi Jinping, marcando o terceiro encontro presencial entre os dois chefes de Estado desde o início do atual mandato do petista, em 2023 — o segundo em território chinês.

Segundo Lula, Brasil e China estão “determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo”. O presidente brasileiro reiterou críticas às guerras comerciais, afirmando que “não têm vencedores”, pois “elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países”.

As falas de Lula ocorrem um dia após Estados Unidos e China anunciarem uma trégua de 90 dias nas tarifas e sobretaxas que marcaram a guerra comercial iniciada durante o governo de Donald Trump. O Brasil, por sua vez, tenta negociar com Washington a retirada de tarifas extras impostas ao aço e ao alumínio brasileiros.

“Não é exagero dizer que, apesar dos mais de 15 mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos”, afirmou o presidente.

Antes de Lula, o presidente Xi Jinping também destacou o caráter estratégico da relação sino-brasileira e reforçou o posicionamento conjunto contra disputas comerciais. “China e Brasil vão defender juntos o livre comércio e o sistema multilateral”, afirmou o líder chinês.

Xi ainda mencionou a tentativa de ambos os países em mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia — iniciativa que ainda não avançou, mas que conta com o apoio de Moscou para eventuais retomadas de negociação na Turquia.

Lula também aproveitou o momento para reiterar sua posição crítica às guerras em curso no mundo, como na Ucrânia e na Faixa de Gaza. “Superar a insensatez dos conflitos armados também é pré-condição para o desenvolvimento”, disse. Ele defendeu uma “resolução política para a crise na Ucrânia” e criticou as atrocidades cometidas em Gaza, afirmando que “não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável”.

Ao lado de Xi, Lula também voltou a defender a reforma da ONU, apontando a necessidade de uma nova estrutura que seja capaz de garantir a paz e os direitos humanos globais: “Somente uma ONU reformada poderá cumprir os ideais de paz e direitos humanos consagrados em 1945”.

Durante a visita oficial, Lula anunciou ainda a confirmação de R$ 27 bilhões em novos investimentos de empresas chinesas no Brasil, reforçando os laços econômicos com o principal parceiro comercial do país.

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