5 de dezembro de 2025

Lula rebate ameaças de Trump: “Não aceitamos intervenção estrangeira, tampouco ameaças à nossa soberania”

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POLÍTICA | Presidente brasileiro afirma que países da região não precisam de “intervenções estrangeiras”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou um recado direto ao governo dos Estados Unidos nesta terça-feira (9), ao afirmar que a América do Sul não necessita de “intervenções estrangeiras” nem de “ameaças” à sua soberania. A declaração foi interpretada como uma crítica ao presidente norte-americano, Donald Trump, em meio à escalada de tensões diplomáticas.

Em evento realizado em Manaus (AM), Lula participou da inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, estrutura criada para fortalecer a articulação entre os nove países amazônicos e os nove Estados brasileiros que compõem a Amazônia Legal. A cerimônia contou com a presença do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e da vice-presidente do Equador, María José Pinto.

“Não precisamos de intervenções estrangeiras nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções”, declarou Lula, reforçando a união regional em torno da proteção da floresta e do combate ao crime organizado.

O presidente ainda destacou a recente operação contra o crime financeiro na Avenida Faria Lima, em São Paulo, classificada por ele como a “maior da história” contra o “andar de cima” das organizações criminosas. Lula disse que é inaceitável que moradores das periferias, indígenas e ribeirinhos sofram com a violência enquanto grandes líderes criminosos seguem impunes. “O governo está ao lado desse povo sofrido e mantém uma postura firme e decisiva contra o crime”, afirmou.

As falas do petista ocorrem em meio a uma série de medidas adotadas por Washington contra o Brasil, justificadas pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Horas após o discurso de Lula, a Casa Branca voltou a se pronunciar. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que Trump não hesitará em usar “o poder econômico e militar” dos Estados Unidos para, segundo ela, “proteger a liberdade de expressão” no mundo. “Eu não tenho nenhuma ação adicional para antecipar para vocês hoje, mas posso dizer que isso é uma prioridade para a administração”, disse.

A retórica de ambos os lados sinaliza um endurecimento nas relações entre Brasília e Washington, colocando a Amazônia no centro de uma disputa política e diplomática de alcance global.

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