31 de março de 2025

Menino atirado de ponte pelo pai é sepultado sob forte comoção em Nova Hartz

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Cerimônia de sepultamento de Théo Ricardo Ferreira Felber durou cerca de 15 minutos em Nova Hartz. Foto: Alberi Neto

DESPEDIDA | Comunidade se despediu de Théo Ricardo Ferreira Felber em cerimônia marcada por dor e indignação

O pequeno Théo Ricardo Ferreira Felber, de apenas cinco anos, foi sepultado na manhã desta quinta-feira (27) no Cemitério Municipal de Nova Hartz, no Vale do Sinos. A despedida do menino, vítima de um crime brutal cometido pelo próprio pai, foi marcada por forte comoção e indignação da comunidade.

O velório de Théo iniciou na noite de quarta-feira (26), às 20h, na Capela Mortuária Municipal da cidade onde vivia com a mãe. Durante toda a madrugada, familiares, amigos e moradores prestaram homenagens ao menino. A cerimônia de sepultamento ocorreu por volta das 9h desta quinta-feira e durou cerca de 15 minutos. Abalados, os presentes acompanharam o cortejo em silêncio, interrompido apenas pelo choro contido de parentes e pela dor irreparável estampada nos rostos dos que se despediam da criança.

Uma despedida marcada pela dor

O clima de tristeza tomou conta do pequeno município. Pelas ruas próximas ao cemitério, moradores se reuniram para dar o último adeus ao menino que teve sua vida interrompida de forma trágica. Muitas pessoas levavam flores brancas e bichos de pelúcia, símbolos da inocência brutalmente arrancada.

A mãe de Théo, visivelmente abalada, permaneceu ao lado do caixão durante toda a noite, sendo amparada por familiares. Entre os presentes, amigos da família e vizinhos demonstravam indignação com o crime. “É uma dor que não tem explicação. Uma criança que tinha a vida inteira pela frente ser tirada de nós desse jeito”, lamentou uma moradora que acompanhou a cerimônia.

O crime que chocou o Rio Grande do Sul

Théo morreu na última terça-feira (25) após ser atirado pelo pai, Tiago Ricardo Felber, 40 anos, de uma ponte sobre o Rio Vacacaí, em São Gabriel, na Fronteira Oeste. O homem, que estava de aniversário no dia do crime, pegou o filho sob o pretexto de celebrar a data, mas cometeu o ato cruel como forma de vingança contra a ex-companheira, conforme relatou à polícia.

Imagens de câmeras de monitoramento mostram que o menino ainda estava vivo antes de ser lançado da ponte. O delegado Daniel Severo, responsável pelo caso, afirmou que a perícia ainda determinará se a causa da morte foi afogamento ou o impacto da queda. “Ele relatou que o menino não estava morto antes de ser jogado. As imagens confirmam isso”, explicou o delegado.

Clamor por justiça

O assassinato do menino gerou revolta não apenas em Nova Hartz, mas em todo o estado. Manifestações de indignação se espalharam pelas redes sociais, e grupos de moradores organizam mobilizações pedindo justiça.

Na audiência de custódia realizada nesta quarta-feira, a defesa de Tiago Felber alegou que ele teria sido agredido por policiais e agentes penitenciários. No entanto, a Justiça decretou sua prisão preventiva. O advogado do acusado argumenta que o cliente não teve acompanhamento jurídico no momento do depoimento, mas o inquérito segue em andamento, e o Ministério Público deve formalizar a denúncia nos próximos dias.

Enquanto isso, Nova Hartz chora a perda de Théo. A despedida do menino foi marcada pelo luto de uma cidade inteira e pelo clamor para que crimes tão brutais não fiquem impunes.

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