Ministério da Agricultura confirma novo foco de gripe aviária no RS
GRIPE AVIÁRIA | Segundo caso na cidade envolve ave silvestre e não afeta a produção comercial, mas país já soma 170 registros da doença
O Ministério da Agricultura confirmou, nesta quarta-feira (28), um novo foco de gripe aviária de alta patogenicidade em Montenegro, município do Rio Grande do Sul localizado a cerca de 50 quilômetros de Porto Alegre. O caso mais recente envolve uma ave silvestre da espécie João de Barro e, segundo as autoridades, não representa riscos para a avicultura comercial da região.
Esse é o segundo foco confirmado da doença em Montenegro. Ainda que não afete diretamente a cadeia produtiva, o número de ocorrências da gripe aviária segue em crescimento no Brasil. Até o momento, já são 170 focos confirmados: 166 em aves silvestres, três em aves de subsistência e um em granja comercial — também no município gaúcho.
De acordo com o mapa oficial do Ministério da Agricultura, atualizado às 13h desta quarta, sete novos casos suspeitos estão sob investigação, incluindo um em uma granja comercial na cidade de Anta Gorda (RS).
Após a confirmação do primeiro caso em granja de Montenegro, 24 países importadores de carne de frango brasileira impuseram restrições às compras. Durante audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo já iniciou contatos com os países importadores para buscar a redução dos embargos. “Quando completar os 28 dias [de vazio sanitário para incubação do vírus], nosso foco será na liberação total dos embargos”, garantiu.
Na véspera, em audiência no Senado, o ministro adotou tom mais cauteloso e pediu “paciência” para a reabertura dos mercados. Ele reforçou que os protocolos sanitários firmados bilateralmente com os países importadores precisam ser respeitados, o que inclui as suspensões temporárias.
Em entrevista ao jornal O Globo, Fávaro destacou a importância da chancela da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que reconheceu que o foco da doença está restrito a Montenegro. Segundo ele, esse reconhecimento técnico deve facilitar a flexibilização das barreiras, especialmente com grandes compradores como China e União Europeia.
Sobre o mercado chinês, Fávaro disse que há indícios de possível flexibilização do embargo, já que Pequim solicitou informações adicionais apenas sobre plantas frigoríficas localizadas no Rio Grande do Sul — e não em todo o país.
Apesar das suspensões, o ministro ressaltou que o Brasil ainda mantém 128 destinos abertos para exportação de carne de frango. “É óbvio que tem impacto e que gostaríamos que não causasse tantas restrições”, declarou.

