A oposição da Venezuela luta contra o tempo para encontrar caminhos para uma candidatura única contra o presidente do país, Nicolás Maduro, nas eleições marcadas para 28 julho. O prazo para a substituição de candidatos nas cédulas eleitorais termina no próximo sábado (20). Nesta segunda-feira (15) eles começaram as buscas. Após a inabilitação de María Corina Machado, favorita nas pesquisas, a aliança opositora Plataforma Unitaria apresentou no último minuto um nome provisório, após o bloqueio de sua segunda opção, Corina Yoris. Paralelamente, o governador do estado de Zulia, Manuel Rosales, rival do presidente falecido Hugo Chávez, postulou-se por conta própria por um dos partidos da aliança, o que foi considerado uma traição por alguns líderes.
Os partidos exigem, agora, negociações entre María Corina Machado e Manuel Rosales para definir um candidato único. Uma guerra de comunicados toma conta das redes sociais. “Essas questões de tramitação interna, quando levadas à opinião pública, em vez de transmitirem segurança, transmitem preocupação”, criticou o secretário-geral da PUD, Omar Barboza, no canal NTN24. Já María Corina permaneceu em silêncio, enquanto o partido de Rosales disse ontem que o líder não recebeu nenhum convite formal.
María Corina Machado venceu no ano passado as primárias da coalizão opositora e recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) em um mecanismo acordado em negociações entre o governo e a oposição para rever as inabilitações, mas a sanção foi ratificada. No mês passado, apelou a um prazo adicional para a substituição de candidaturas até 18 de julho, insistindo em Corina Yoris, mas, nesse caso, as mudanças não se refletiriam nas cédulas eleitorais, o que poderia confundir os eleitores.
*Com informações da AFP