Pai joga filho de 5 anos de ponte em São Gabriel e crime choca o país

Violência contra crianças levanta debate sobre proteção infantil e saúde mental
O Rio Grande do Sul e o Brasil foram tomados por indignação e tristeza diante de um crime brutal ocorrido nesta terça-feira (25) em São Gabriel, na Fronteira Oeste. Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, arremessou o próprio filho, Theo Ricardo Ferreira Felber, de cinco anos, de uma ponte sobre o Rio Vacacaí. A criança caiu sobre pedras e morreu no local. O ato, cometido no dia do aniversário do agressor, gerou grande comoção e reacendeu o debate sobre a necessidade de proteção efetiva para crianças em situação de risco.
A linha do tempo do crime
A investigação conduzida pela Polícia Civil revelou que Tiago circulou pela cidade com o filho por aproximadamente três horas antes do desfecho trágico. Imagens de câmeras de segurança registraram os dois às 9h41min, com a criança sendo transportada dentro de uma caixa plástica adaptada à bicicleta do pai. O menino residia com a mãe em Novo Hamburgo e estava visitando o pai naquele final de semana.
Conforme o delegado Daniel Severo, o autor inicialmente planejava matar a ex-companheira e o namorado dela. Contudo, na noite anterior ao crime, ele decidiu atentar contra a vida do filho. Em depoimento, ele confessou que tentou asfixiar Theo na segunda-feira (24), mas a criança sobreviveu. No dia seguinte, Tiago saiu de casa decidido a concluir seu plano. Ele percorreu a cidade em busca de um local apropriado e, ao chegar à ponte do Rio Vacacaí, arremessou o menino.
A intenção do agressor, segundo a polícia, era que a criança morresse afogada. No entanto, devido ao baixo nível do rio, Theo caiu sobre as pedras e morreu na hora.
Após cometer o crime, Tiago Felber agiu com frieza. Ele deixou o local e foi almoçar normalmente. Mais tarde, avisou uma irmã sobre o ocorrido e, posteriormente, se entregou à Brigada Militar, confessando o homicídio. Ele foi preso em flagrante e encaminhado ao sistema prisional.
Investigações e repercussão
A Polícia Civil segue apurando detalhes do crime e aguarda os laudos da perícia para determinar se a criança já estava inconsciente antes de ser arremessada.
A morte de Theo gerou uma onda de comoção nas redes sociais e na cidade de Nova Hartz, onde morava com a mãe. A prefeitura local decretou luto oficial e emitiu uma nota de pesar. Familiares, amigos e desconhecidos manifestaram indignação e tristeza pela perda brutal do menino.
Reflexão sobre a violência contra crianças
Casos como este expõem uma realidade dolorosa: crianças continuam sendo vítimas de violência dentro do próprio ambiente familiar. O assassinato de Theo não pode ser visto como um ato isolado, mas sim como um alerta para a necessidade de mecanismos mais eficazes de proteção infantil.
A sociedade precisa questionar: como um homem que já demonstrava comportamento violento conseguiu manter contato irrestrito com a criança? Como podemos impedir que outras crianças passem por situações semelhantes?
Especialistas destacam que é essencial fortalecer o acompanhamento psicológico e social de famílias em conflito, além de criar políticas públicas que garantam maior segurança às crianças em contextos de vulnerabilidade. A tragédia de Theo não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Deve ser um chamado para que as autoridades e a sociedade atuem preventivamente, garantindo que nenhuma criança seja exposta a tamanha crueldade.
O luto não deve nos paralisar, mas nos impulsionar a agir. Que a memória de Theo sirva como símbolo de uma luta incansável contra a violência infantil.
Nossos mais sinceros sentimentos à família da vítima neste momento de imensurável dor.