5 de dezembro de 2025

Petrobras anuncia redução de 14% no preço do gás natural para distribuidoras a partir de agosto

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GÁS MAIS BARATO? | Desde dezembro de 2022, preço médio da molécula acumula queda de 32%, segundo a estatal, mas redução não tem chegado nos consumidores

Apesar do anúncio da Petrobras de uma nova redução média de 14% no preço da molécula do gás natural vendido às distribuidoras a partir de 1º de agosto, o alívio ainda está longe de ser sentido pelo consumidor final. A estatal informa que, desde dezembro de 2022, o valor da molécula acumula queda de 32%, mas na prática, os preços do gás encanado e do GNV (Gás Natural Veicular) continuam altos nos postos e nas contas mensais.

O motivo, segundo a própria Petrobras, está na composição do preço final, que inclui não apenas o valor da molécula — que sofreu a redução anunciada — mas também os custos de transporte até as distribuidoras, o portfólio de suprimento contratado por cada concessionária, suas margens de lucro e os tributos federais e estaduais.

Essa estrutura de precificação complexa dificulta que as reduções aplicadas pela estatal sejam repassadas ao consumidor com a mesma proporção. Em muitos casos, as concessionárias mantêm os valores inalterados ou aplicam descontos mínimos, alegando custos operacionais ou ausência de repasse por parte do governo estadual. No caso do GNV, há ainda o peso das revendas, que também definem suas margens.

O resultado é uma contradição sentida no bolso dos brasileiros: enquanto a Petrobras divulga quedas acumuladas expressivas — e, com o novo corte, superiores a 33% considerando os incentivos de performance —, motoristas e usuários residenciais seguem pagando valores elevados. Em algumas regiões do país, o metro cúbico do GNV ultrapassa os R$ 5, e o gás canalizado mantém tarifas mensais que pouco variaram nos últimos trimestres.

Especialistas em regulação e energia cobram maior transparência das distribuidoras e uma revisão nos mecanismos de formação de preços para que reduções como a anunciada neste mês tenham impacto real na vida do consumidor. Enquanto isso, o benefício prometido pela estatal segue preso na cadeia de intermediação.

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