14 de março de 2025

Preço do café deve continuar em alta até a safra de abril ou maio, aponta Abic

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CAFÉ MAIS CARO | Alta dos preços é devido As condições climáticas ruins e a alta demanda global

A previsão da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) é de que o preço do café continue em alta nas próximas semanas, pelo menos até o início da safra deste ano, que começa a ser colhida entre abril e maio. O principal fator para a elevação dos valores são os eventos climáticos que impactam a produção do grão.

O aumento do consumo global e a entrada da China como um novo mercado consumidor também contribuem para o cenário de alta. De acordo com a Abic, esse impacto nos preços deve persistir por mais dois ou três meses, seguido de uma estabilização. No entanto, uma redução significativa nos valores só é esperada a partir da safra do próximo ano.

Histórico de oscilações na produção

Desde novembro de 2023, o preço do café vem registrando altas constantes. O Brasil, principal exportador global, representa quase 40% da produção mundial, seguido pelo Vietnã (17%) e pela Colômbia.

Nos últimos anos, a produção brasileira sofreu impactos climáticos severos. Em 2021, uma forte geada reduziu em cerca de 20% a safra de café arábica. No ano seguinte, a recuperação da lavoura foi insuficiente. Em 2023, o fenômeno El Niño trouxe estiagens prolongadas e altas temperaturas, enquanto em 2024, o La Niña provocou chuvas excessivas, dificultando ainda mais a produção. Segundo Pavel Cardoso, presidente da Abic, a safra deste ano será ligeiramente menor que a do ano passado.

O acúmulo de problemas climáticos ao longo de quatro anos, aliado ao crescimento da demanda mundial, explica a escalada dos preços da commodity. Com as adversidades na produção, os custos aumentaram significativamente. A indústria teve um aumento de mais de 200% nos custos, sendo forçada a repassar cerca de 38% desse valor ao consumidor.

Impacto no mercado internacional

A alta nos preços do café também refletiu nas bolsas de valores. Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros de café arábica atingiram recordes históricos. Nesta quarta-feira (5), a cotação subiu novamente, alcançando US$ 3,97 por libra-peso.

Cardoso destaca que a especulação financeira também tem impulsionado os valores. “Esse recorde, próximo a US$ 4 por libra-peso, se deve a uma oferta reduzida e a uma entrada forte de fundos de investimento, gerando um número histórico. É um momento que exige reflexão de todo o setor sobre seus impactos”, pontuou.

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