5 de dezembro de 2025

PSDB aprova fusão com Podemos e convoca convenção para oficializar união

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Foi convocada a Convenção Nacional do partido para o dia 5 de junho. Foto: Divulgação/PSDB na Câmara

POLÍTICA | Objetivo é criar uma nova força política de centro democrático, após anos de desgaste tucano nas urnas

A executiva nacional do PSDB aprovou por unanimidade, na terça-feira (29), a proposta de fusão com o partido Podemos. A união ainda depende da aprovação da base tucana, que será convocada para uma convenção nacional marcada para 5 de junho. Na pauta, além da consolidação da fusão, estão previstas eventuais alterações no estatuto partidário.

Em nota oficial, o PSDB afirmou que a intenção é “avançar na busca de uma alternativa partidária que se coloque no centro democrático, longe dos extremos, e que permita ao país voltar a se desenvolver”. As duas siglas devem seguir em tratativas nas próximas semanas para alinhar programas, estruturas e, principalmente, propósitos.

O novo partido poderá se chamar PSDB-Podemos, com preferência dos tucanos em manter sua sigla à frente por sua tradição e tempo de vida. A presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), destacou em nota que a fusão representa “a união de propósitos e valores que colocam o interesse público acima de disputas ideológicas e extremismos”.

A movimentação acontece em meio ao processo de esvaziamento do PSDB desde 2018, quando o então presidenciável Geraldo Alckmin obteve apenas 4,76% dos votos. Em seguida, a condução do partido ficou nas mãos de João Doria, que tentou se aproximar de Jair Bolsonaro, mas recuou diante do negacionismo do ex-presidente na pandemia. O recuo e a ambiguidade geraram desgaste na imagem do partido, que sofreu derrotas importantes nas urnas: em 2020, perdeu dezenas de prefeituras e, em 2024, pela primeira vez desde 1988, não elegeu prefeitos em capitais.

Antes do acordo com o Podemos, o PSDB tentou articulações com PSD e MDB, mas recuou diante do risco de ser engolido por legendas maiores. As tratativas com essas siglas causaram atritos internos, sobretudo em estados como Minas Gerais, onde Aécio Neves temia perda de influência para o senador Rodrigo Pacheco (PSD).

A convenção de junho será decisiva para o futuro do PSDB, que tenta se reposicionar como força política moderada, após anos de crise e perda de relevância no cenário nacional.

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