13 de dezembro de 2025

PT realizará eleição interna com cédulas de papel após impasse

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POLÍTICA | Sigla descartou voto eletrônico e virtual por dificuldades logísticas e temores sobre a credibilidade do processo

A eleição interna do Partido dos Trabalhadores (PT), marcada para 6 de julho, será realizada por meio de cédulas de papel. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (21) pela Executiva Nacional da sigla, após a dificuldade de obter a cessão de urnas eletrônicas por parte dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

Segundo dirigentes petistas, das 27 cortes regionais eleitorais, apenas 16 autorizaram o empréstimo dos equipamentos. Os demais, ou negaram o pedido, ou impuseram entraves operacionais. O PT ainda avaliou a criação de um sistema virtual de votação via computador ou celular, mas a proposta foi descartada por falta de tempo hábil para implementação e por preocupações com o acesso limitado à tecnologia em municípios menores, especialmente em áreas remotas.

A legenda formalizou um pedido à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, para que intercedesse junto aos TREs, mas não houve avanços significativos. Segundo interlocutores da magistrada, ela se mostrou compreensiva, porém preferiu agir com cautela diante da novidade do caso – seria a primeira vez que urnas eletrônicas seriam cedidas para uso em uma eleição partidária.

Além disso, fontes do TSE relataram receios quanto a eventuais contestações de fraude, o que poderia comprometer a credibilidade do sistema eleitoral em um ano pré-eleitoral. Ainda assim, o uso de urnas em pleitos não oficiais não é inédito. Em 2024, o TRE do Rio de Janeiro autorizou o uso dos dispositivos para a eleição da presidência do clube de futebol Flamengo.

O presidente interino do PT, senador Humberto Costa (PE), lamentou a negativa e destacou que a capilaridade dos TREs poderia agilizar uma votação que deve mobilizar mais de 1,3 milhão de filiados em todo o país.

Apesar de reconhecer que a adoção de cédulas poderá atrair críticas, especialmente de setores bolsonaristas que frequentemente questionam o sistema eletrônico de votação, o partido afirma que ficou sem alternativa prática ou segura para garantir a realização do pleito.

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