6 de dezembro de 2025

RS cria núcleo de combate à pedofilia com tecnologia que identifica abusadores por saliva em 90 minutos

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SEGURANÇA | Nova estrutura do Instituto-Geral de Perícias integra áreas como genética, informática forense e atendimento psicológico às vítimas

Diante do aumento de casos de pedofilia no Rio Grande do Sul, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) inaugurou um núcleo especializado no combate aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes. A nova estrutura reúne diferentes áreas de atuação, com foco na identificação rápida dos agressores e no acolhimento às vítimas.

Uma das principais inovações é o uso de um equipamento que permite identificar suspeitos por meio de amostras de saliva em até 90 minutos. A tecnologia, utilizada pelo FBI em cenários como guerras e desastres em massa, foi incorporada ao Laboratório de Genética do IGP no fim de 2024.

— A partir de agora, temos a possibilidade de coleta de material genético de muitos desses indivíduos que são acusados de pedofilia, visando a comprovação de autoria por meio do DNA — explica Gustavo Lucena Kortmann, diretor do Departamento de Perícias Laboratoriais. Ele ressalta que o núcleo também contribuirá para ampliar o Banco de Perfis Genéticos do Estado.

A criação do núcleo é uma resposta direta ao aumento das ocorrências. Em 2022, o IGP participou de 67 operações contra crimes sexuais. Em 2024, foram 104 ações em parceria com a Polícia Civil.

Atendimento integral e integrado

O núcleo conta com uma equipe de perícia psíquica, que realiza o acolhimento das vítimas e avalia os danos psicológicos causados pelos abusos. Os profissionais utilizam métodos adaptados à idade e ao contexto da vítima para obter informações relevantes ao histórico dos casos.

Na área de informática forense, peritos analisam arquivos digitais, mensagens e registros de atividade online. A missão é clara: rastrear os autores e acelerar os inquéritos.

— Esperamos dar respostas cada vez mais rápidas para a sociedade. E com essa integração de dados, temos esperança de fechar alguns casos que ficaram sem solução no passado — destaca Marcelo Nadler, coordenador do núcleo.

Alerta aos pais: o perigo mora no celular

Os peritos alertam sobre a importância da supervisão parental no uso de celulares e redes sociais por crianças e adolescentes. Para Nadler, o cuidado no mundo digital deve ser tão rigoroso quanto no físico.

— Um pai, uma mãe dificilmente deixaria um filho sozinho em um shopping ou em uma praça lotada. Mas a gente deixa sozinho no celular. Só que esse mundo virtual é cheio de pessoas com más intenções — compara.

Ele orienta que, se o uso de redes sociais for inevitável, os pais devem configurar e monitorar os perfis dos filhos, além de saber com quem eles interagem.

Como denunciar abuso sexual infantil

  • Polícia Militar – 190: risco imediato
  • Samu – 192: urgência médica
  • Delegacias especializadas ou qualquer DP
  • Disque 100: denúncias anônimas de violações de direitos humanos
  • Conselho Tutelar: atua diretamente no local da denúncia
  • Profissionais de saúde: são obrigados a notificar casos suspeitos
  • WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656-5008
  • E-mail: disquedenuncia@sedh.gov.br
  • Unidades do Ministério Público

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